A força da resistência democrática

O Brasil está unido em torno dos valores da democracia, conforme demonstra a unanimidade das pesquisas eleitorais realizadas por institutos considerados sérios e responsáveis. O dia dois de outubro mostrará a força da nossa resistência democrática, contra o vale tudo eleitoral que vêm praticando. A radicalização do discurso na pauta dos costumes e contra os princípios civilizatórios já não impressiona a opinião pública. A esperança pulsa no coração do povo brasileiro.

Não há dúvidas de que a democracia é o melhor caminho para o país, fiel à obediência constitucional e ao Estado de direito. A luta é também em favor dos direitos sociais das classes mais necessitadas e reinaugurar uma nova era no exercício da cidadania ativa. Urge melhorar a qualidade do nosso sistema político, aperfeiçoando os mecanismos institucionalizados de forma a que os espaços democráticos sejam ocupados por diferentes forças políticas, libertando-nos do populismo, do extremismo e do autoritarismo.

A democracia não se restringe ao simples ato de votar, mas ao de respeitar os direitos fundamentais de todos, inclusive das minorias. O voto é um ato de manifestação política que deve ser exercido livre e conscientemente. É importante que se efetive o debate público contínuo de acompanhamento das decisões políticas, sem agressões mútuas e aceitando as divergências colocadas. Antepondo-se a qualquer ação que concorra para a erosão democrática.

O Brasil está a necessitar de um ativismo político que não se caracterize pela intolerância, pela rejeição à pluralidade de ideias e pensamentos, nem pela intimidação ou cooptação das instituições de controle ou qualquer forma de censura. Muito menos um populismo associado a uma postura falsamente nacionalista e de exploração do sentimento religioso. Vamos nos unir, ao invés de desunir. Não permitamos que prevaleçam a ignorância, as fake news, os atentados à democracia, a disseminação do discurso de ódio e as teorias conspiratórias. Quando se tenta desacreditar o processo eleitoral, fica explícito o interesse em alegar fraude e deslegitimar o vencedor, na iminência de uma derrota.

Tudo isso deve ser levado em consideração na hora de exercer o sagrado direito de votar para a escolha dos nossos governantes e representantes no poder legislativo.

Rui Leitão

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