Adversário de si mesmo

Tem candidato que não precisa de adversário num embate eleitoral. Ele próprio se encarrega de construir fatos em seu desfavor. O Ego se torna seu principal inimigo. Não consegue domesticar a fera que está dentro de si. Na dificuldade em aceitar orientações de comportamento dos que planejam a campanha, comete o mesmo erro várias vezes, em prejuízo da sua imagem pública. E o pior é que nunca consegue enxergar seus próprios erros.

Vivendo na mentira, que adota como projeto de poder, tem uma tendência forte a falar demais: incontinência verbal. Sua retórica ultrapassa o ridículo. Torna-se um promotor de bizarrices, desconhecendo valores como a civilidade e o bom senso. Seus discursos são elaborados no uso de uma linguagem incendiária e difamatória, porque só sabe atuar no terreno dos conflitos. Aí termina entrando em guerra contra si mesmo. Já dizia Aristóteles: “má retórica, mau político”. E ignora um sábio ensinamento de Abraham Lincoln: “é melhor calar e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota, do que falar demais e acabar com a dúvida”.

Não compreende que o orgulho precede a queda. Quando se vê correndo o risco de uma derrota iminente fica paranóico a ponto de perder a racionalidade no que faz e diz. Sem controle emocional, entra em desespero e age com estupidez e arrogância. Mostra-se incapaz de regular o humor, ao verificar que não é dono de verdades absolutas. Suas atitudes são incompatíveis com os objetivos que pretende alcançar.

Então, se vê pagando um preço alto pela falta de autenticidade. A sabedoria popular adverte que: “toda ação provoca uma reação”. O linguajar estapafúrdio encontra desaprovação social. A língua sem freio, produz estragos na campanha, desviando votos para o principal competidor e pavimentando o caminho da derrota. A História política de nosso país tem dado demonstrações do quanto isso tem se tornado verdadeiro. Finalizo com outra afirmação de Abraham Lincoln: “Pode-se enganar alguns o tempo todo e a todos por algum tempo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo”.

1 comentário
  1. Que análise perfeita. O pensamento coletivo descrito em um excelente texto. Parabéns!

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