Sinceramente eu vejo com esperança a reação ao torpor autoritário que insistem em implantar no país. Acredito, firmemente, que vamos avançar nessa encruzilhada de dimensões históricas, fazendo triunfar a luta em defesa da democracia. Há um sentimento majoritário na população brasileira, em discordância com as frequentes manifestações que intentam desmoralizar o Estado Democrático de Direito no Brasil.
O importante é a compreensão de que se faz necessário o absoluto cumprimento à Constituição Federal, quando proíbe quaisquer ameaças ao nosso regime político, tais como pedidos de fechamento das instituições democráticas ou incentivos à desordem política. Os defensores da democracia estão atentos na disposição de enfrentar as lideranças que astutamente verbalizam bravatas no usual jogo político pautado em mensagens e ações que buscam expandir o poder autoritário.
Os mecanismos institucionais de controle estão agindo de forma a garantir a sobrevivência da democracia. Por isso não vejo condições sob as quais a consolidação democrática em nosso país corra riscos reais de andar para trás. O controle da constitucionalidade é uma salvaguarda necessária para fazer frente às tentativas de tomada de poder.
O teórico político canadense Michael Ignatieff escreveu: “Para as democracias funcionarem, os políticos precisam respeitar a diferença entre um inimigo e um adversário. O adversário é alguém que você quer derrotar. O inimigo é alguém que você quer destruir”. Partindo dessa observação, podemos concluir que na conjuntura política nacional, dificilmente vencerão os que praticam o discurso do ódio, na intenção de destruir os inimigos. A maioria nacional, em que pese essa retórica da beligerância, quer paz e harmonia, se posicionando contrariamente a regimes que se apóiam nas armas, na repressão e no autoritarismo.
Tem muita gente comemorando, por antecipação, uma possível ruptura democrática no próximo dia sete de setembro. Os que assim pensam não alcançam o percentual de vinte e cinco por cento da população. Portanto, não existe aceitação popular para as investidas golpistas em curso. A ideologia totalitária não vai mais triunfar em nossa nação. Disso eu tenho convicção. Percebe-se que não há clima para um apoio ostensivo das Forças Armadas a essa aventura golpista do dia sete de setembro. A firmeza das instituições e o amor da sociedade brasileira à democracia, bastam para desarmar essas pretensões golpistas. A DEMOCRACIA VAI VENCER.
