A cultura nos dá prazer

Na última sexta-feira, dia 06, participei na cidade de Uiraúna, do lançamento da Revista Leia FELC, em sua 11ª edição, que este ano homenageou o Padre Antonio Anacleto (1897/1970), que se tornou uma legenda, ainda hoje presente no coração e no imaginário do povo da Região do Rio do Peixe, depois de pontificar por 36 anos como vigário da paróquia Jesus, Maria e José.

A Fundação Educacional Lica Claudino, da cidade de Uiraúna, tem como presidente o empresário João Claudino Fernandes e sua diretora é a zelosa e competente professora Fátima Claudino e se constitui num celeiro de cultura e saber.

A Revista Leia Felc, vem dando uma contribuição inestimável na preservação, produção e divulgação da memória dos fatos históricos e do cotidiano do povo sertanejo, de temas culturais relevantes, além de primorosos artigos da lavra de colaboradores os mais diversos e é editorada pela competente jornalista Suzane Jales, que imprime em seu trabalho uma seleção de matérias e reportagens que sensibiliza e encanta todos os seus leitores.

A FELC é sem dúvida um oásis encravado nestes sertões esturricados da Paraíba, produzindo o que dá mais prazer ao homem que é o descobrir valores e talentos através de atividades culturais e educacionais. A cultura que nos proporciona alegria, satisfação, encanto e felicidade no coração e na alma do povo.  Em 2016, a Cia. de Teatro e Dança da FELC voltou com força total através da encenação da “A saga de Lampião: entre o amor e o cangaço”, espetáculo de encher os olhos e de uma musicalidade extraordinária, que ao seu término fica-se inebriado com a sensação da beleza e do encanto das coreografias.

Mas o que me deixa mais empolgado dentre os trabalhos realizados pela Fundação é na área de música, porque tem proporcionado o descobrimento de jovens valores, com talentos inatos e de um futuro inimaginável  O trabalho realizado pelas duas fundações: a de Uiraúna e Luis Gomes (RN), na área de música têm ultrapassado as fronteiras destes estados e ido além das do Brasil.

A música se constitui em fonte de desenvolvimento das dimensões do ser humano, eleva o espírito e produz benefícios emocionais e intelectuais enormes e as orquestras e conjuntos musicais das fundações educacionais mantidas por Seu João Claudino, deixam de pertencer a ele para se tornar um patrimônio da sociedade e um item de luxo para o povo.

Quantos novos talentos e valores já foram “descobertos” através destas fundações? Madre Teresa de Calcutá falava que o mais trágico da pobreza não é falta de comida ou teto, mas sim o sentimento de não ter ninguém, sentir que não é ninguém, a falta de identidade, a falta de estima social. Imaginemos não do ponto de vista material, mas do universo espiritual, como seriam as cidades de Uiraúna e Luis Gomes sem a presença destas escolas!

Quantos jovens já são identificados, que tiveram a sua estima social elevadíssima e sentiram que através da música, colocando-se a serviço da arte, são exemplos e orgulho para suas famílias,  para a sociedade e essencialmente para si próprio?

Somente a arte e a religião podem dar respostas à humanidade, às aspirações mais profundas dos homens e as demandas históricas de nosso tempo. O mundo está sofrendo uma crise espiritual sem dimensão, mas felizmente ainda encontramos homens que realizam ações e gestos de verdadeiros mecenas para construir, alem do imaginário e do possível, um universo espiritual, através da inteligência e do desprendimento de repartir com seu semelhante os seus dons.

Um destes homens atende pelo nome de João Claudino, que ao longo de sua vida acolhe à sua sombra os sedentos de conhecimentos e que almejam uma projeção imortal. Para seu João as aleluias festivas da bem-aventurança.

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