2014: mais um Carnaval

Mais uma carnaval se passa, desde as fotos que não me lembro que ano, tirei umas fotos de caubói, no Tênis clube até a Agrofolia de hoje, já se passaram mais de meio século, nem parece…

O impressionante são as diferenças: da Orquestra Manaíra  (que tocava no Tênis), até ver Biquíni Cavadão ao vivo e a cores, qualquer pessoa se impressionaria com tudo o que aconteceu nos Carnavais em geral no nosso país, e especialmente na nossa cidade…

Antes era o Frevo de sopro que a gente ouvia de longe, hoje são os Trios Elétricos, com geradores cada vez mais potentes a imprimir sons cada vez mais altos, e uma mistura de ritmos, como forró, rock, musica baiana, MPB, tecno, tudo num mix ainda tem os tais paredões, que na Praça Major José Marques compõem uma cacofonia insuportável, agora o pessoal mais (muuito mais) jovem, acha maravilhoso. Mesmo não concordando, Se tem que respeitar, agora que eu sinceramente não tenho o ouvido mágico de distinguir o que estava tocando, sinceramente não consegui, a não ser que seja o mais próximo ou o mais alto manda: Cada qual tem seu gosto. Eu comecei a achar que estava ficar velho no dia em que estava ouvindo o rock progressivo definitivo de Pink Floyd, e a galera pediu para botar magníficos…

Agora, pelo tanto de gente que eu vi tanto nessa pareça, ou mais ainda, na Agrovila, eles devem achar bom, ou melhor, ótimo, o interessante é que vi alguns reclamando de Biquíni Cavadão uma banda de renome nacional vir a tocar nesse nosso Sertão, que eu acho uma dádiva imerecida, gosto não se discute. Quando de uma viagem para Campina grande, ouvi tanto, e tantas vezes Aviões do Forró, que chegando lá, já tinha decorado algumas letras, e se fosse mais longe, ia acabar gostando, nada que nossos pais não tenham passado por isso, se considerava os Beatles musica demoníaca, e hoje são consideradas clássicas, ou seja o mundo se acostumou…

Vi recentemente uma das músicas de Braguinha (para as novas gerações – uma dos mais senão o mais importante compositor de musicas de carnaval) Que no fim perguntava se quem havia mudado: o carnaval ou eu (no caso ele) mas acho que se pode bem inserir…

Apenas uma coisa eu não posso renunciar, o fato de que eu testemunhei uma época que eu não trocaria por hoje: os anos 60 e 70, alem do quarteto de Livrpool, aqui tinha Caetano, Gil, a Jovem Guarda (para os mais novos Roberto, Erasmo, The Fevers, etc..), Chico Buarque, Elis Regina, Vandré, esse eu vi ao vivo no maracanazinho ele defender “P’ra não dizer que não falei das flores”, e a vaia em Sabiá, com Chico e Tom presentes. Em suma: o tempo talvez mais importante de nossa MPB, isso eu não tenho a mínima inveja dessa nova geração. Ainda mais, os forrós de Gonzagào, que eu conheci pessoalmente eram melhores que esses eletrônicos de hoje, isso é minha opinião, vivi e vivo bem, a ainda sou a referência de Fagner quando se fala em Cajazeiras: Plantei, e colho, o importante não é conhecer deus, mas deus lhe conhecer… 

P.S. – Acabei de ler um interessantíssimo livro de Rui Leitão chamado “1968, O grito de uma geração”, que contextualiza os tempos do AI – 5, e a Implantação da Ditadura Militar, e seus reflexos na Paraíba, bastante pedagógico. O interessante, foi que no lançamento desse livro aqui, não compareceram mais de 20 pessoas no auditório da UFCG. Uma pena…

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