Siro Darlan e as crianças menos favorecidas

O cajazeirense Siro Darlan de Oliveira, que saiu de Cajazeiras aos dois anos de idade, enfrentou todas as dificuldades de um menino pobre, no Rio de Janeiro, e se tornou uma das mais importantes personalidades do Judiciário brasileiro. Ele volta à sua terra, no próximo dia 19 deste mês, para lançar um livro e participar de eventos alusivos ao aniversário da cidade.

Formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com Curso de Especialização em Direito Penal e Processual (Faculdades Integradas Estácio de Sá), e Pós-graduação em Metodologia de Ensino Superior (UERJ), e em Direito da Comunicação (Universidade de Coimbra), o juiz Siro Darlan já exerceu vários cargos na Magistratura do Rio. Foi professor de Direito Civil na Faculdade Bennet e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e professor de Direito da Criança, na Universidade Veiga de Almeida, bem como diretor-adjunto de Cidadania e Direitos Humanos na Área da Infância e Juventude da Associação Brasileira dos Magistrados Brasileiros.  Atualmente, é titular da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca do Rio de Janeiro, membro do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente e membro do Conselho Estadual dos portadores de HIV. Pela sua atuação firme, principalmente em defesa dos menores carentes, tem recebido importantes homenagens dos diversos segmentos sociais.

Entre as condecorações e prêmios recebidos, destacam-se os seguintes: Título de Cidadão Carioca, Título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro, Título de Cidadão Duquecaxiense, Título de Cidadão Araruamense, Voto de Congratulações da Câmara Municipal de Vitória, Espírito Santo, Homenagem da Câmara Municipal de Itapetininga, São Paulo, Comenda da Paz Chico Xavier, outorgada pelo Governo de Minas Gerais, e Certificado de Honra ao Mérito da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro.

Convidado para participar de palestras e conferências no Brasil e no exterior, o cajazeirense é um exemplo de sertanejo de origem humilde, que lutou e venceu. Ele chegou ao Rio de Janeiro, em 1951, em companhia da mãe Maria de Lourdes de Oliveira e de três irmãos: Francisco Rudimaci, Iatagan Andreson e Wtigard, além da tia Anita. A mãe, Dona Maria de Lourdes de Oliveira, foi para o Rio, separada do marido.

Na cidade grande, as condições financeiras não eram suficientes para o sustento da família. Siro e o irmão caçula foram internados numa instituição da Funabem. Dessa época, Siro revela que se recorda de um inspetor muito violento que chegou a bater num garoto paraplégico. As cenas podem ter influenciado o juiz na sua opção pelas crianças menos favorecidas.

O fato mais marcante, no entanto, foi quando Siro Darlan, aos 06 anos, decidiu ir à Igreja Santa Mônica, se oferecer para ajudar na missa. Para convencer o frade de sua aptidão, declamou trechos inteiros da cerimônia em latim. Impressionado, o frei Aurélio pediu ao diretor do Colégio Santo Angostinho que lhe concedesse uma bolsa de estudos. Foi, a partir desse momento, que a vida de Siro começou a mudar.

COM INFORMAÇÕES DO GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ED. 347 (5 a 11/08/2005)

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