Major Leonardo Rolim de Albuquerque

LÚCIA ROLIM

120 Anos!!! Que ariano sensacional!!! Que homem decente, honrado, destemido!!! Há 120 anos ele veio ao mundo – 24/03/1898. Demorou pouco… Aos 65 anos voltou pra morada de Deus!

Com apenas 10 anos perdeu a mãe e seis meses depois, o pai. Foi criado pela avó, e pelo tio, Antônio Raimundo de Albuquerque, nomeado seu tutor e dos seus irmãos. Ao atingir a maioridade, convenceu seu tio e o juiz de direito que poderia cuidar dos irmãos menores. E assim, com apenas 18 anos, assumiu a responsabilidade de tornar-se “pai” dos irmãos Luiz e Inêz! Casou-se com Sua parente, Júlia, com quem teve os filhos José, Irene, Terezinha, Ozelita, Carmélia e Antônio Leonardo.

Era “homem de palavra”… Comprava “algodão na folha” e fechava o negócio com um fio de cabelo do seu bigode! Estudou no colégio Padre Rolim. Não cursou faculdade; entretanto tinha muita sabedoria!!! Ensinou-me muito do que é a base do meu caráter, como nunca baixar a cabeça pra ninguém! “Quando você baixa a cabeça está dando o cangote pro outro montar”, dizia.

Adorava caçar… Era exímio atirador! Mas só atirava em pássaro voando; dizia que era covardia não dá chance de defesa. Tinha fazenda, curtume, comércio de sola e couros em geral; mas o que ele gostava era de ser ferreiro. Quando vejo o Afonso da novela global “Deus salve o Rei”, malhando o ferro pra fazer uma espada, lembro dele… Eu adorava manipular o fole para atiçar o fogo na hora da forja dos metais que habilmente ele transformava em espingardas, pistolas, foices, facões… Suas filhas não gostavam; mas ele dizia que “nenhum ofício é humilhante; mas o cabra tem que ser bom no que faz. Seja ele um ferreiro ou um doutor.” E ele era bom em tudo que fazia…

Amoroso e emotivo, chorava ao abraçar os netos. E não tinha vergonha disso! Era muito respeitado em Cajazeiras! Nunca foi militar; mas chamavam-no de major Leonardo – patente, digamos, honorífica que lhe foi dada na revolução de 30.

Para os mais próximos, era “seu Leonardo”; No registro de nascimento, Leonardo Rolim de Albuquerque; para mim, ele era mais que tudo, embora eu o chamasse apenas de Vovô!!!

LÚCIA ROLIM É JORNALISTA

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