Griguilim, o Rei da Jovem Guarda

Dos vocalistas de bandas dos anos 60 e 70, Ozenay, conhecido por Griguilim, era o que mais mexia com os corações das meninas e com a inveja dos meninos. Simpático, desinibido, morador da Rua Epifânio Sobreira, ele se vestia muito bem – a caráter da Jovem Guarda, tinha cabelos compridos, uma voz grossa e postada. Curtia e cantava não só os grandes sucessos da Jovem Guarda, mas os principais hits da musica internacional  da época, interpretados por cantores e bandas como: Santana, Beatles, Bee Gees e Billy Paul. Era realmente uma “brasa mora” das meninas quando se apresentava.

Lembro muito bem, de uma de suas apresentações no Instituto Monte Carmelo, durante a comemoração dos festejos juninos daquela escola. Após os rituais da festa ter terminado, a Irmã Joana D’Arc – na época Madre Superiora daquele educandário, facultou uns trinta minutos para apresentação de Griguilim. Quando o garoto pegou no microfone e começou a cantar, o Carmelo inteiro começou a tremer, pois a tietagem; o estado de gritaria e histerismo das garotas (digo, dos brotinhos), assustou quem estava presente, afugentando a disciplina rígida e conservadora da Madre Superiora, obrigando a religiosa, mandar parar a barulheira e acabar com festa.

Griguilim, mesmo com as limitações impostas para quem escolhe a música como meio de se firmar socialmente, foi um daqueles garotos sonhadores que simplesmente procurou viver um momento. Buscou com essas limitações, fazer aquilo que sabia e que aprendera, apesar das dificuldades técnicas que todas bandas de cidade interior tem. Porém, mesmo assim foi um dos principais vocalistas da cidade, seja como integrante do conjunto “Os Brasinhas”, da banda Super Som Sete ou como um daqueles jovens, identificado com a passagem da Jovem Guarda por Cajazeiras. Faleceu em 1993.

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