Constantino Giovanni Cartaxo – o pediatra que é filho e neto de poetas

CONSTANTINO GIOVANNI BRAGA CARTAXO

* Cajazeiras (PB), 1963

Nascido em 1963, em Cajazeiras, filho do poeta Constantino Cartaxo e da professora Elita Braga, neto do escritor e poeta Cristiano Cartaxo, Constantino Giovanni Braga Cartaxo é médico pediatra residente em João Pessoa.

Em Cajazeiras, o garoto que um dia se tornaria um dos maiores médicos pediatras do Nordeste, estudou na Escola Nossa Senhora do Carmo, no Colégio Diocesano Padre Rolim e Colégio Nossa Senhora de Lourdes.

Para o profissional, o que mais marcou a sua infância e adolescência foi a liberdade que tinha em poder brincar, andar nas ruas da cidade. “A minha maior lembrança de Cajazeiras é exatamente essa, é uma vida de liberdade”, disse Constantino – as amizades, esportes, grupos de teatro e jogos escolares. “Sempre a gente estava trocando ideias, jogando, tinha boas amizades, boas brigas”, relata.

Sobre as “boas brigas”, o cajazeirense diz que, na época, havia uma maneira pura de se ter amizade, em especial na primeira infância, até os 10 anos. “Naquele tempo era comum, você brigava hoje, amanhã estava de novo todo mundo amigo. Todo mundo tinha apelido, todo mundo brincava com todo mundo, e a coisa caminhava assim”, enfatiza Constantino.

Paixão pelo rádio, amizades da época de escola, grupo de teatro, cinemas e várias outras histórias são lembradas pelo cajazeirense recordando o tempo de adolescência.

Giovanni explicou que seu pai, Constantino Cartaxo, valorizava muito os estudos e os esportes. Sempre muito participativos, tanto a mãe quanto o pai, eram incentivadores dos filhos neste sentido. “Não precisava ser excelente, mas tinha que ter boas notas e tinha que praticar esportes, isso ele sempre valorizou”, diz.

O médico lembra que sua paixão por cuidar de crianças vem desde sua infância. Ele ressalta que nunca cogitou outro curso a não ser medicina e, em especial, a pediatria. “Sempre foi uma paixão, medicina, especificamente pediatria. Quando decidi fazer medicina, eu já decidi fazer pediatria […], nunca pensei em medicina que não fosse pediatria”.

Constantino Giovanni explicou que, na época, o ensino em Cajazeiras só era até o antigo “científico”, atual ensino médio. Devido à falta de outros curso superiores, ele teve que se deslocar para João Pessoa e acabou ficando na Capital, onde fez faculdade.

Ele é casado a cajazeirense Cecília Claudino que já era sua amiga de infância e morava na mesma rua que ele. Ambos começaram a namorar ainda na adolescência, com cerca de 16, 17 anos.

Após terminar faculdade em João Pessoa, o cajazeirense passou 2 anos em Santos (SP), onde fez residência em pediatria. Em seguida, fez especialização em São Paulo para Terapia Intensiva Infantil e Pneumologia Infantil, ficando assim com as três especializações.

Na época, a então namorada, que hoje é sua esposa, fazia fisioterapia, e no último ano em que ele estava em São Paulo, ela foi fazer um estágio na Santa Casa, na Capital paulista.

Logo após terem concluído seus compromissos profissionais em São Paulo, ambos voltaram juntos para Cajazeiras, onde planejavam morar. No entanto, foi quando surgiu um concurso para professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no ano de 1990. Ele foi aprovado e passou a morar de vez na Capital paraibana, onde é professor universitário até hoje.

Quanto à religião, o pediatra diz ser católico. No entanto, por questões pessoais, se afastou um pouco das missas. “Vou, mas não sou uma pessoa de estar frequentando todos os domingos.”

“Mágoa nenhuma, só um entendimento mesmo do que é religião. Acho que religião é você gostar do outro, é você querer que o outro seja bom, que o outro esteja bem, que você possa partilhar o seu melhor com o outro. Acho que a intermediação é importante, mas não é ela que dita o seu caráter de religiosidade”, opina o médico.

“Sou um grande leitor da Bíblia, adoro ler a Bíblia. Sou fã incondicional da figura de Jesus, sem dúvida nenhuma, mas acho que o grande preceito dele não foi a formação da igreja, o grande preceito dele foi saber dizer como amar ao próximo. Eu acho que é a grande lição que fica, pelo menos para mim, na minha vida”, acrescenta.

Giovanni tem dois filhos e um netinho. Rodrigo, pai de Felipe, é formado em Administração e tem pós graduação. Isabel mora em Portugal e faz mestrado em desenho animado de ilustração.

Pais – “Meu pai e minha mãe foram marcos na vida da gente, muito especiais, tanto pela forma de conduzir a vida da gente, deles. A minha mãe sempre com a dedicação 100% aos filhos e de uma forma muito amorosa, muito afetiva, eu acho que isso aproximou muito a gente. E meu pai, o trabalhador, a visão do trabalho, aquele que se orgulha de nunca ter se atrasado um dia para chegar no Banco do Brasil aonde ele fez a vida dele […]. Tenho um orgulho imenso dos meus pais”, disse.

Sobre o maior prêmio de ser pediatra, Giovanni revela a satisfação em poder ver a melhora na vida das crianças quando são recuperadas. “Ver a alegria da criança quando você a recupera. Os pais ficam gratos a você, mas a criança ela tem uma forma diferente de lhe dar com você. Muitas vezes ela lhe abraça, ela é afetiva, ela lhe dar carinho, mas na grande maioria das vezes, o olhar da criança que você recupera de um problema de saúde é muito mais gratificante, é imensamente mais gratificante do que qualquer outra coisa que você tenha”.

“Me considero uma pessoa esforçada. Nunca consegui nada de graça, nunca consegui nada que não fosse com muito esforço, mas aprendi na vida duas coisas que são fundamentais: um, é que a família é tudo que a gente tem […], e, uma pessoa que se esforça para tudo, que sai de casa na certeza de que o dia de hoje pode ser bom, eu posso ser bom com o outro, eu posso ajudar o outro, e eu queria sinceramente que as coisas fossem assim, acho que o mundo era melhor se fosse assim”, conclui o médico em reportagem do Diário do Sertão.

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