A rede do bispo

Lá pela década de 1960, o torneiro mecânico Zé Cardoso trabalhava tranquilo na sua oficina, em Cajazeiras, quando apareceu um homem vendendo uma rede de dormir, branca, muito bonita e ‘no preço’.

Zé Cardoso reparou que tinha as iniciais D.Z.R.M. bordadas em caprichadas letras douradas abaixo dos punhos. Estranhou, mas comprou a rede; o material era de primeira qualidade.

Precavido – e por conta da iniciais bordadas – Zé Cardoso guardou a rede direitinho, pois achava que ela tinha seu verdadeiro dono e, ao encontrá-lo, devolveria o bem.

Após alguns dias, em bate-papo com amigos policiais, Zé Cardoso fica sabendo que haviam roubado a rede predileta do bispo diocesano Dom Zacarias Rolim de Moura e que o ladrão já estava preso.

O torneiro ficou feliz e satisfeito com a notícia, pois apareceu o verdadeiro dono da rede, figura das mais importantes da cidade. Foi em casa, pegou a rede e passou para os policiais que a devolveram ao bispo, que, finalmente, teve sua rede predileta de volta.

Em Cajazeiras, nem a rede do bispo escapou da fuleiragem dos bandidos…

Causo contado pelo multi-artista cajazeirense Bosco Maciel, filho de Zé Cardoso, e membro da Academia Guarulhense de Letras e da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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