[2005] Seqüestro de jovem piranhense gera clima de medo no Sertão

Repercute com intensidade, em todo o Alto Sertão Paraibano, o seqüestro do jovem José Ferreira de Lima Júnior, 25 anos, estudante e residente na cidade de São José de Piranhas. O fato gerou um clima de preocupação e insegurança na região, com a população temendo novas ações criminosas.

Filho do comerciante José Ferreira de Lima, que é proprietário de um posto de gasolina e uma casa de auto-peças, em São José de Piranhas, o estudante foi abordado por dois elementos, na noite da última sexta-feira, 08, quando chegava em sua residência, por volta das 21 horas e 30 minutos, em seu veículo modelo Saveiro, placas HVL 2227. Os elementos se aproximaram em um veículo Fiat Uno, de cor escura, quatro portas, com placas de São Paulo e numeração não identificada. O seqüestrado foi levado em seu próprio veículo, sendo seguido pelo Fiat Uno.

Por volta da meia-noite, o pai da vítima recebeu uma ligação, sendo informado do seqüestro do filho e da exigência de um resgate de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). Somente por volta das 05 horas do dia seguinte (sábado, 09), os familiares de José Ferreira de Lima Júnior comunicaram o fato ao comandante do 6º BPM de Cajazeiras, tenente-coronel Fernando Chaves, que se deslocou para o município de São José de Piranhas, juntamente com o capitão Cunha e o tenente Josélio, dando início às investigações.

Ainda na madrugada de sábado, o comandante Chaves comunicou o ocorrido ao comandante geral da PM, coronel José de Lima Irmão e ao secretário de Segurança Pública, Harrison Targino, que determinaram todas as providêencias necessárias para solução do caso, inclusive com o envio para a região, de uma equipe especializada em repressão a seqüestros composta por membros do Grupo de Ações Táticas Especial da Polícia Militar e do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil, além de uma aeronave do Governo do Estado.

Prisões – Iniciadas as investigações, o capitão Cunha e o tenente Josélio localizaram e apreenderam, na zona rural do município de Monte Horebe, o Fiat Uno de placas CSQ 7775, de São Paulo, no qual estavam dois suspeitos: Rosimério Gonçalves do Nascimento, 29 anos, e Rodrigo de Sousa Dias, 21 anos, ambos residentes em Monte Horebe. Eles informaram à polícia que o veículo estava com um problema mecânico e que o mesmo pertencia a um cidadão por nome de Rogério, e ainda, que este teria ido ao encontro de um certo Franklin para a aquisição de uma peça.

De acordo com informações do capitão Josias da Silva Fonseca, relações públicas do 6º BPM, foi feito o devido levantamento da placa do citado veículo, constatando-se que se tratava de um “clone”, já que a legítima proprietária, Célia Aparecida Gréggio, reside na cidade de São Paulo. Contactada pela polícia, ela informou que o seu veículo, com as mesmas características do apreendido, estava na garagem de sua residência.

Ainda no sábado, 09, foi preso o suspeito Francisco Franklin do Nascimento, que residia em São Paulo, tendo chegado em Monte Horebe, há pouco tempo. Também ficou constada pela polícia, que a ligação recebida pelo pai da vítima foi originada de São Paulo.

Na manhã de segunda-feira, 11, funcionários da Saelpa perceberam uma pessoa em cima de uma torre de eletrificação, na serra de Monte Horebe. Informada, a polícia compareceu ao local e fez a apreensão do menor J.A., de 16 anos, que estava com um pacote de bolachas e um refrigerante, fazendo a vigilância da área do cativeiro. Ao ser interrogado, o menor e sua mãe, que também foi presa, confessaram que o seqüestrado estava em um cativeiro em meio à vegetação da referida serra, sob o domínio do elemento conhecido por Galego de Alvino.

Com a ajuda do menor, os policiais chegaram ao cativeiro, encontrando José Ferreira de Lima Júnior amarrado e deitado em uma rede. Descoberto o cativeiro, foram presos, em seguida, Evangelista Oliveira da Silva, vulgo Rogério, acusado de ser o proprietário do Fiat Uno clonado, José Carlos Vidal dos Santos, vulgo Carlinhos Calça Frouxa, e Galego de Alvino, que é fugitivo da Cadeia Pública de Conceição. Também foram presos a mãe e o pai de Galego de Alvino. Os dois, segundo a polícia, eram os responsáveis pela alimentação da vítima, no cativeiro.

GAZETA DO ALTO PIRANHAS – ED. 344 (15 a 21/07/2005)

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