Atlético de Cajazeiras repudia ataques a blogueira durante julgamento divulgado em vídeo

Assim como muitos clubes de futebol pelo Brasil, algumas agremiações paraibanas também se posicionaram nas redes sociais contra os ataques sofridos pela promoter e blogueira Mariana Ferrer, durante audiência do julgamento no qual acusou o empresário André de Camargo Aranha de estupro de vulnerável. Nessa terça-feira, o site “The Intercept Brasil” divulgou detalhes da audiência, que terminou com a absolvição de André. No vídeo, é possível observar os ataques sofridos pela blogueira vindos do advogado do empresário. O caso repercutiu no país, tomando conta das redes sociais.

Entre os times de futebol do estado, Atlético de Cajazeiras, Auto Esporte, Botafogo-PB e Confiança de Sapé publicaram os seus repúdios nas suas páginas. Além deles, o Basquete Unifacisa também se manifestou.

Representantes da 1ª divisão no futebol masculino, o Atlético de Cajazeiras e o Botafogo-PB também foram porta-vozes contra os ataques à blogueira. O Trovão Azul também se posicionou informando o número 180 para denunciar a violência contra a mulher.

Entenda o caso

A blogueira Mariana Ferrer acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, em um camarim privado, durante uma festa em um beach club em Jurerê Internacional, em Florianópolis. Ela tinha 21 anos e era virgem.

As únicas imagens recuperadas pela polícia mostram Mariana na companhia do empresário. Ela suspeita que tenha sido drogada e que, por isso, não sabe exatamente o que aconteceu. Nas roupas dela, a perícia encontrou sêmen do empresário e sangue dela. O exame toxicológico de Mariana não constatou o consumo de álcool ou drogas.

Em depoimento, André Aranha disse que fez sexo oral. A defesa do empresário diz que ele não estuprou Mariana. O inquérito policial concluiu que o empresário havia cometido estupro de vulnerável, quando a vítima não tem condições de oferecer resistência. O Ministério Público denunciou o empresário à Justiça.

Durante o processo, o promotor do caso foi transferido para uma outra promotoria e o entendimento do novo promotor foi o de que o empresário não teria como saber que Mariana não estava em condições de dar consentimento à relação sexual, não existindo, assim, o dolo, a intenção de estuprar. Essa conclusão do promotor está sendo chamada de “estupro culposo”. Aranha foi absolvido.

Na sentença, o juiz Rudson Marcos concluiu que não havia provas suficientes para a condenação – só a palavra da vítima – e que, na dúvida, preferia absolver o réu. A tese de um estupro sem dolo causou espanto, assim como a atuação agressiva do advogado do empresário nas audiências de instrução do processo.

O caso voltou à tona nessa terça-feira depois que o site The Intercept Brasil publicou o vídeo de uma audiência do caso em que o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, exibe fotos sensuais feitas por Mariana Ferrer quando era modelo profissional, definindo-as como “ginecológicas”; ele afirma ainda que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana e, ao vê-la chorar, diz:

– Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lábia de crocodilo.

É possível ver, no vídeo da audiência, que a jovem reclamou do interrogatório para o juiz.

– Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente. O que é isso? – diz ela.

O juiz avisa a Mariana que vai parar a gravação – a audiência foi feita por videoconferência – para que ela possa tomar água e pede para o advogado manter um “bom nível”.

COM INFORMAÇÕES DO GLOBO ESPORTE

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