Sequestro mental

A Psicologia define como “sequestro mental” a desconexão com o momento presente. É um movimento da mente em que o indivíduo se vê motivado a fugir da realidade vivenciada, desencadeado por sensações de medo, injustiça, traição, etc. De certa forma, é um processo de alienação, alheamento, dificuldade da capacidade de pensar ou agir por si próprio.

No Brasil contemporâneo estamos vivenciando esse fenômeno quando da análise da conjuntura política. Parte da população decidiu, por influências alheias e estrategicamente determinadas, se omitir da reflexão sobre os problemas que a sociedade brasileira está enfrentando, tanto nos aspectos econômicos, quanto políticos. Transformam-se em submissos voluntários às vontades dos poderosos de plantão. Têm suas mentes sequestradas por interesses político-ideológicos.

Opiniões e comportamentos são adotados de forma automática e pouco refletidos. Vulnerabilidades são exploradas para alcance de objetivos, gerando efeitos perversos na saúde mental e impedindo que se enxerguem as verdades, muitas vezes óbvias. Vítima de manipuladores, a pessoa que tem sua mente sequestrada, age como se estivesse hipnotizada, perdendo a lucidez e a independência, terceirizando a própria consciência.

Uma mente sequestrada segue os padrões vendidos e idolatrados pela alienação social, estacionada na conformidade existencial. Entrega-se, então, à inércia e à covardia em reagir por seu próprio querer. Afirma-se uma tendência em construir ilusões. Feito zumbi, caminha sem rumo para chegar a lugar nenhum.

Em 2018, o “Indice de Percepção Equivocada”, realizada em 37 países, colocou o Brasil como a quinta população mais fora da realidade do mundo. Até quando continuaremos assim? As defesas de pontos de vista são mais emocionais do que racionais, conforme as bolhas sociais em que os indivíduos estejam inseridos. Fujamos desse estigma e saibamos o papel que nos cabe na sociedade, acompanhando os momentos históricos que interferem na nossa vida, evitando, assim, que sejamos apáticos politicamente e facilmente manipuláveis. Não permitamos que essa “onda” de sequestro mental se alastre entre nós.

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