Quem realmente nos governa

Meus caros: há dez anos vivemos um embate de forças que vivem a atrapalhar nosso desenvolvimento: de um minúsculo movimento contra a cobrança de meia passagem nos ônibus paulistas para estudantes, criou-se uma bola de neve que se estendeu a todo o país, numa manifestação que nunca se soube qual ou quais os seus objetivos: foi uma espécie de repetição tardia (mais de quarenta anos depois) do movimento de Paris de 1968, em que o slogan que mais me marcou foi “la imaginacion al poivre”- a imaginação no poder, que foi reprimido com severidade exemplar pelo Gen. Presidente De Gaulle.

Aqui, nosso governo sem uma liderança de mão forte, que na China, Deng Xiao Ping, não teve o menor escrúpulo de invadir, prender e até matar os manifestantes da “Praça da Paz Celestial”, numa cena que chocou o mundo, mas para o governo da China garantiu a governabilidade, aqui ficou se procurando o que queriam esses manifestantes, com siglas, tipo “O gigante acordou” (como e para que): resultado: testaram o governo, descobriram sua fraqueza de liderança e terminou no impeachment de Dilma, e daí se articulou o golpe judiciário que culminou com a prisão sem nenhuma prova material – vejam a pérola: não tenho provas mas tenho a convicção de que Lula é corrupto. Se encarcerou a única liderança que as forças democráticas tinham para vencer o pleito de 2018.

Então, a população, cansada desse joguinho político baixou a guarda, e elegeram o pior presidente desde Arthur Bernardes: o mais baixo membro do baixo clero, um cidadão exonerado do exército que Geisel considera nas palavras dele: ”um péssimo oficial” , e o que antes era escondido ou era dito em voz baixa, se criou uma parcela da população que se intitula “de direita” meio fascistóide, e cheia de preconceitos , que se antes servia de contraponto aos excessos do PT, chegou ao poder, e ficou a dar as cartas.

Tiveram o azar de pegar de proa a maior epidemia de nossa história, a COVID 19, e com seu negativismo, não conseguiram gerenciá-la o que causou um verdadeiro genocídio, que se não fosse as autoridades sanitárias e o escândalo generalizado, com repercussão internacional, esses cidadãos teriam destruído nossas instituições. E tentaram, e como tentaram, mas o “líder” deles não tinha a menor capacidade para ocupar esse cargo. Foi nossa sorte.

Mas voltando (ou entrando) no assunto desses escritos: no Brasil, assim como nos USA, e na maior parte de nossas democracias ocidentais, existe um grupo diminuto de pessoas, que nunca aparecem, e que aqui desde os tempos da escravidão, conseguem manter, e até aumentar seus privilégios. Dom Helder Câmara, que recentemente foi beatificado pelo Papa Francisco, dizia: “quando eu peço dinheiro para dar aos pobres, sou atendido, mas quando eu pergunto o porquê deles serem pobres, me chamam de comunista”.

Então, sejam de esquerda, direita, ou quem quer que seja que esteja no poder, esse grupo tem condições de tomar decisões no executivo, fazer leis no legislativo, e aprovar decisões favoráveis no judiciário. Sempre mandaram no país, e se “fulaniza” os culpados de plantão. Sejam eles quem forem, às vezes de maneira mais explícita, outras vezes com mais descrição, mas sempre tiveram o poder a seu alcance.

O filósofo Jessé de Sousa falou num livro bastante vendido, de “a elite do atraso”, que de uma forma ou de outra sempre mandou no nosso país e em várias outras democracias ocidentais, e deve ter seus representantes na Índia e até na China. Pode a até parece ser uma teoria da conspiração de um sujeito que vê fantasmas em toda a esquina, mas e se não for?? Fico.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

Edme e eu

Confesso que sábado 16, quando abri o face e me deparei com a notícia do falecimento do Dr.…
Total
0
Share