Parabéns Gazeta do Alto Piranhas

O Gazeta do Alto Piranhas completará 25 anos em janeiro. Um quarto de século circulando sem interrupção. O mais longevo dos jornais de Cajazeiras. Quase um milagre no mundo virtual de hoje. Encolheu, é verdade, virou tabloide, enquanto milhares feneceram. Ele resiste sem a forte aragem do governo estadual, como a centenária A União. Não conheço outros na Paraíba. Sabemos do denodo do professor José Antônio de Albuquerque para manter sua teimosia. Abraçou a tecnologia da informação, mas mantém a versão impressa que, toda sexta-feira, chega às mãos dos assinantes locais. Quem reside longe recebe no ritmo dos Correios. Vale a pena, professor.

Jornal é fonte de pesquisas.

Não tem, bem sei, o peso, a firmeza de processos judiciais, batistérios, certidões de casamento, inventários, atestado de óbito, leis e tantos outros documentos escritos. Mas o jornal fornece pistas fantásticas para pesquisadores. Cabe a quem o utiliza como fonte, acautelar-se quanto à correção ou não de fatos relatados. E ir mais além, procurar conhecer a orientação do periódico, sobretudo, se o tema estudado tem ligação com facções partidárias, grupos ideológicos ou intrigas familiares. Em outros termos, o pesquisador deve bancar o investigador para saber em que terreno pisa, evitando escorregos fatais para sua credibilidade. Seja ele jornalista, historiador, de ofício ou não, e tantos outros que escrevem acerca de fatos históricos.

O Gazeta do Alto Piranhas, apenas de circular no século XXI, já tem reservado seu espaço no rol das fontes informativas paraibanas. Não apenas em função de registros do cotidiano que, lá frente, podem revelar o contexto necessário para situar o pesquisador. Centenas de exemplares do Gazeta abrigam textos referentes a fatos passados, em especial, no sertão, por meio de entrevistas, artigos, crônicas, discursos e outras formas de expressão. Cabe agora providenciar a digitalização para ombrear-se com jornais e revistas do mundo inteiro. E figurar nas hemerotecas, facilitando o acesso de todos nós.

Mais longevo não há em Cajazeiras.

O mais próximo é o mensário Correio do Sertão, criado em 1949 por dom Luiz Mousinho, que circulou até a década de 1960, com pequenas interrupções. Sem anúncios, mas contando com rede de apoio formada pelas paroquias da diocese de Cajazeiras, chegou a ter 2.300 assinantes! Por isso, festejo o Gazeta, de véspera, em meio aos festejos natalinos.

Feliz Natal!          

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