O submundo e o “palavra”

Meus parcos leitores: atendendo a pedidos e com a autorização do Professor José Antônio, volto a escrever minhas bobagens no nosso Gazeta.

O fato de nossa cidade tem comentado mais é a série de homicídios entre as facções de nosso submundo do crime.

Vou tentar esclarecer do pouco que sei sobre esse tema: advogado tem “clientes que lhe fazem confidências”, mas desde já quero dizer, não vou citar ninguém vivo, pois a “cabuetação” é punível com a morte. Há anos atrás havia um cidadão que já não se encontra entre nós que era o chamado “palavra”, que entre outras coisas tinha o cargo de resolver os problemas entre os traficantes e outras coisas mais, naquele tempo a “asa” tinha moral, uma vez uma namorada usuária me furtou a certeira e eu consegui que chegasse ao conhecimento do palavra daqueles tempos,: pois bem; no outro dia apareceu um sujeito com minha carteira dizendo que estava me devolvendo e se eu quisesse dar alguma coisa para ele, eu desse o que quisesse.

Mas esse “cargo” é muito perigoso e desejado, além de contrariar muita gente.

Pois bem, mataram o “palavra” daquela época e como na musica de Jorge Benjor, “os malandros otários deitaram na sopa e a Asa ficou extremamente perigosa.

Então outro “palavra” foi se consolidando, e uma determinada ordem foi se estabelecendo no nosso submundo. Recentemente fomos sobressaltados por vários homicídios, entre eles o “palavra” ocorrido há poucos dias, e uma guerra está ocorrendo na “nossa área policial” como diz Ângelo Lima.

Até que se “eleja“, o termo não é bem esse, a desordem geral vai imperar em nosso submundo, e outros homicídios devem ocorrer, há uma guerra pelo poder em curso. Tem uma coisa que nunca pode haver: esse sujeito não pode chamar a polícia como qualquer cidadão comum, tem que resolver na violência, Nada de novo, na década de 20, nossos coronéis resolviam suas pendências de forma muito semelhante, a diferença de hoje é o comércio dos entorpecentes que movimenta muito dinheiro.

Estou lendo um livro de Sidarta Ribeiro, em que ele preconiza a liberação de todas as drogas, inclusive as “pesadas”..

Eu particularmente concordo, a “indústria da loucura” (clínicas, internações, etc.), é preferível à loucura desses assassinatos.

Então a “palavra” seria a Lei e o estado ainda receberia impostos para financiar os tratamentos.

Obrigado pelo espaço. Se semana que vem eu escrever, é porque sobrevivi à essa crônica.

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