Quando os preconceitos se manifestam, há sempre a intenção de favorecer uns e desfavorecer outros. Prepondera o objetivo de criar um falso ideal de superioridade. No íntimo revelam-se sentimentos de ódio, de animosidade e de implicância, difundidos por meio de convicções ideológicas. Não deixa de ser um comportamento covarde, porque tem característica de hostilidade social, uma atitude política aversiva. O preconceituoso se acha no direito de emitir um juízo ou opinião sobre algo, antes de conhecer o que está sendo por ele discriminado.
Nesta semana ouvi, estarrecido, a demonstração de um preconceito que impressiona. O preconceito contra a inteligência. Todo preconceito é inaceitável. Porém o preconceito contra a inteligência é o mais incompreensível. Um conhecido jornalista da Globo News, criticava a possível indicação do Ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal. Sem argumentos para justificar seu preconceito preferiu mentir, ignorando o “notável saber jurídico” de alguém que foi juiz por doze anos, tendo sido aprovado em primeiro lugar no concurso público que o colocou no judiciário, além de ter sido presidente da associação nacional de juízes. Sem argumentação lógica, menosprezou o saber jurídico do ministro, classificando-o unicamente como político. Como se não pudesse existir um político com “notável saber jurídico”.
Não é só um preconceito contra a inteligência, mas, também, um preconceito ideológico. Mas é sempre assim, os indivíduos limitados intelectualmente, reagem contra os que estão acima do seu nível cultural, revelando um preconceito que, no fundo, é inveja.
