O poder da desinformação

É errôneo pensar que as “fake news” são coisas dos tempos atuais. Apenas ganhou um novo e sofisticado nome e uma mais moderna forma de difusão. A desinformação ou notícia falsa foi responsável pelo suicídio do general romano Marco Antônio, ao ser comunicado que sua mulher, Cleópatra, havia ceifado a própria vida. A mentira sempre foi disseminada pela humanidade.

O que ocorre na contemporaneidade é que essa forma propositada de enganar ou ludibriar atendendo interesses quase sempre escusos, se fez com muito maior velocidade com o advento da internet. Esse reprovável expediente tem sido muito utilizado no campo da política, numa explícita prática de desonestidade intelectual, produzindo efeitos danosos ao desconsiderar verdades inquestionáveis.

Nas redes sociais o que vemos é o compartilhamento intencional de informações duvidosas, com o propósito de influenciar perniciosamente grande parte da população, desde que atendendo objetivos cuidadosamente planejados. O avanço das tecnologias da informação e da comunicação, causando resultados perversos nos ambientes sociais. Como muitos não têm a preocupação em conferir se a informação é verdadeira, perdem a capacidade de indignação e são envolvidos pelas mentiras propagadas. Não se incomodam em adentrar na escuridão da ignorância, aceitando como verdadeiras, sem qualquer indagação crítica, todas as narrativas que lhes são oferecidas, ainda que absurdas e desprovidas de racionalidade.

Esse público cativo das “fake news” só existe porque há muitas pessoas dispostas a acreditar nelas. Absorve passivamente a propaganda ideológica, sem se dar conta de quanto elas ameaçam a sociedade, buscando, inclusive, desmantelar a credibilidade nas instituições. Não há, por parte dessa parcela da população, qualquer interesse em constatar a fidelidade dos fatos divulgados.

No inferno da ignorância é essencial que se faça da ciência e da ética as luzes para iluminar esse ambiente de escuridão, combatendo o achismo, o negacionismo, o fanatismo que cega, o ódio que emburrece, nunca abrindo mão do questionamento das informações sem base, exercendo sempre o pensamento critico, Nenhum regime democrático sobrevive sem que seja pautado na verdade. Portanto, não permitamos que a verdade seja substituída pelo ponto de vista adotado pontualmente. A maneira mais competente de amenizar os impactos que a desinformação pode acarretar nas opiniões e comportamento, que, por conseqüência, formam uma população de incautos, é combatendo a mentira com a verdade.

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