Tornou-se um pesadelo para as famílias brasileiras de classe média e de baixo poder aquisitivo, a amarga rotina de receber mensalmente em casa o chamado “papel da luz” com valores obscenos. A aprovação pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), de mais uma bandeira tarifaria, a chamada de “Escassez Hídrica”, que elevou o preço da energia elétrica a níveis intoleráveis atingiu os mais pobres além pressionar a espiral inflacionaria do país que fechou o ano de 2021 rompendo a casa dos dois dígitos.
Conforme a produção de energia nas hidrelétricas no país, foram idealizadas pelas próprias distribuidoras (que estranho) três patamares de tarifas nas cores, verde, amarelo e o vermelho (nível 1 e 2) onde os aumentos dessas tarifas estão diretamente vinculados a menor oferta de energia.
Essas famigeradas bandeiras tarifarias foram criadas para custear as despesas extras com as caríssimas operações das poluentes usinas termelétricas movidas a combustíveis fosseis, que tem a função de evitar um apagão no país gerando energia durante os períodos de escassez hídrica nas nossas hidrelétricas.
Obvio que a utilização das termelétricas, único recurso tecnológico disponível para evitar um colapso energético no país, iria impactar nos preços das tarifas de energia. O que se questiona no momento é o fato de que em função das recentes chuvas os níveis dos reservatórios das nossas hidrelétricas estão sendo gradativamente estabilizados e não se ouve falar do retorno da confortável tarifa verde.
Com uma previsão para ter fim no próximo mês de abril, a Bandeira de Escassez Hídrica, a mais escorchante de todas as tarifas, que acrescenta R$14,20 em cada 100 KW consumido, mesmo cumprindo sua missão de manter todo o sistema elétrico do país funcionando plenamente, além de proporcionar, em parte, o equilíbrio financeiro das distribuidoras energia dificilmente não nos devolverá a médio prazo uma tarifa de energia a preços aceitáveis.
As distribuidoras de energia alegando que mesmos com esses valores escandalosos na conta de luz o deficit somente na “conta bandeiras” ultrapassa mais de R$ 5 bilhões, passaram a pressionar o governo, e conseguiram no apagar das luzes do ano passado mais um empréstimo de R$ 15 bilhões, via Medida Provisória do Governo Federal, para socorrer o setor.
Ocorre meu caro leitor que como em todo e qualquer empréstimo, algum dia, esse também vai ter que ser pago e adIvinha para quem vai essa conta? Para o nosso bolso, aliás, para nossa conta de luz. O pesadelo continua.
