O paraíso do rentismo e os pobres de estimação

Qualquer pessoa que tenha estudado um mínimo, ou mesmo um leigo mais atento, pode perceber que o nosso país é o paraíso do “rentismo”. Decerto, em nosso país se pagam as maiores taxas de juros do planeta, e isso nos torna o lugar aonde as instituições financeiras mais lucram, enquanto faltam nosso país o básico para muitas famílias.

Nossas instituições financeiras, enquanto coletam o dinheiro dos clientes em CDB’s e poupança, que pagam um juro muito pequeno, elas emprestam ao Banco Central que pagam os maiores juros do mundo, então fica faltando crédito para a população, e consequentemente a população não tem acesso ao crédito mais barato, pois emprestar para o varejo há o risco da inadimplência, enquanto emprestar para o Banco Central, em tese, esse risco não existe, pois o tesouro poderia “imprimir moeda” para pagar essa dívida. Então fica a faltar crédito para o povo comprar ou mesmo para pagar suas dívidas.

Em consequência dessa escassez de crédito, a economia como um todo não tem o crescimento desejado, e as instituições financeiras continuam a ter ganhos se não ilegais, chegam a ser quase imorais.

O Brasil, de uma forma absolutamente irracional para o atual momento, continua a pagar o dobro do maior juro do planeta, o que não está agradando ninguém nem os pobres, que não tem acesso ao crédito, a não ser aos consignados (descontados na sua remuneração mensal), ou os de cartão de crédito, que cobram juros exorbitantes e impagáveis (eu mesmo, utilizei meu cartão para complementar uns exames, e quando – e se terminar de pagar, terei pago quase 300% do que eu tomei).

Então a situação artificial que o Banco Central paga 13,5% de juros ao ano, está incomodando até os ricos, o presidente teve uma conversa nada amistosa com a maior acionária da rede varejista Magazine Luiza falando que esses juros estão insuportáveis. Somente interessa aos grandes conglomerados financeiros, que através do Presidente da Febraban, emitiu uma nota de que esses juros devem baixar, mas um pouco para “livrar o pescoço, pois essas instituições nunca ganharam tanto.

Então, essas tiram uma merreca de seus lucros enormes e criam determinadas fundações assistencialistas que mantem uma parcela ridícula de pessoas carentes com uma educação de primeira qualidade, e bem assistidas e bem nutridas: são os “pobres de estimação” pois a “caridade” pessoal, que remonta até antes dos tempos de Cristo, que vivia sob o jugo do Império Romano, não dava importância a esses temas, havia até escravos que eram como uma propriedade privada, e eram negociados e herdados, e naturalmente passavam por uma situação de penúria que hoje a gente não pode explicar, mas com o grande avanço da civilização hoje, essa situação foi superada, é função do estado praticar a caridade para todos os habitantes que comprovarem serem carentes.

Meu caro leitor, quando você está dando esmola a um pobre, você também está criando “um pobre de estimação” pois a grande maioria desses, ou são amparados por programas sociais, ou pior, querem esse dinheiro para comprar drogas: assim fica difícil definir a quem ajudar. Você simplesmente está ajudando om ocioso a permanecer no ócio, enquanto essa caridade, como as dos bancos bilionários não vai resolver a questão de todos.

Por isso a palavra “caridade” deve ser rediscutida e redefinida, o que o Papa Francisco fala em “aggiornamento” da igreja e até das Escrituras.

No tempo de Jesus, não havia o milho, a mandioca, nem a batata, que deveriam ser consideradas plantas sagradas, e que alimentam a maioria da população do mundo, até por vias transversas: o boi come milho e produz leite e carne.

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