O fracasso do discurso golpista

Está ficando cada vez mais explícito que o discurso golpista, insistentemente proferido pelo presidente da república desde o início do seu mandato, não tem encontrado eco na opinião pública brasileira. Pelo contrário, as pesquisas têm demonstrado que há uma reação desaprovadora do eleitorado, refletida no aumento da sua rejeição.

Somos um país jovem que viveu em tempos recentes a experiência dolorosa de uma ditadura militar. Enganam-se os que pensam que o povo tem memória curta. O brasileiro quer restaurar a democracia plena, conquistada, ao custo de muita luta, quando teve fim o período sombrio instaurado pelo golpe militar de 1964. O golpismo que vem sendo arquitetado só seduz uma pequena parcela da população que se coloca ao lado da ideologia da extrema direita.

O discurso da truculência, do neofascismo, do estímulo à violência, do entreguismo, do ataque às instituições democráticas e à Constituição cidadã de 1988, fracassou. Será nas urnas a manifestação em defesa do retorno ao Estado Democrático de Direito. A declaração silenciosa da população de que precisamos voltar a ser uma nação da paz, do progresso e das políticas de inclusão social.

Importante que isso aconteça sem aceitar as provocações que estimulam o clima de beligerância que procura dividir irmãos compatriotas. Somos um povo cordato, que se recusa a entrar no campo das disputas políticas no uso da violência. Mas, também, não se acovarda diante das ameaças, sejam de onde elas partam. A resposta vai acontecer de forma pacífica, no processo eleitoral que se aproxima, ainda que estejam tentando tumultuá-lo.

O esperneio golpista é a alternativa encontrada diante da iminente fragorosa derrota eleitoral. Porém, o efeito desse movimento contra a democracia não tem surtido resultado em favor das inclinações autoritárias do primeiro mandatário da nação. É rechaçada a ruptura do regime democrático que tanto se proclama. Setenta por cento do eleitorado já sinaliza que rejeita o método embrutecido e antiquado da quartelada que vem sendo praticado. Incomodados pelo espectro da derrota, procuram reanimar a algazarra golpista. Já deveriam ter observado que é uma estratégia equivocada.

As forças sociais e populares estão atentas, asfaltando o caminho que nos levará de volta ao Brasil que todos queremos. A percepção popular clara de que não quer mais que sejamos vistos pelo mundo como uma “republiqueta de bananas”. Um pária mundial. A extrema direita está perdendo o discurso e o apoio do povo para esses ensaios golpistas protagonizados no teatro político.

A arma do contragolpe será o voto, sem medo dos fuzis, das metralhadoras, dos tanques nas ruas. As pesquisas têm revelado esse prognóstico. DITADURA NUNCA MAIS.

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