Nossa cidade é motivo de piada

Caros heróis que têm a paciência e a visão acurada de me ler. Nos últimos dias, num processo que atuo na cidade irmã de Sousa, o advogado de lá me perguntou o meu CEP, quando eu disse que era 58.900-000, ele não acreditou e disse que eu confirmasse os últimos três números, quando confirmados, ele comentou, mas isso é número de cidade pequena, ao que eu respondi: é o que realmente somos, uma que não tem Justiça Federal, enquanto vocês tem duas varas, não tem Vara do Trabalho, Não tem agência da Receita Federal, a Coletoria Estadual vai virar posto de atendimento, temos duas faculdades de Direito, enquanto nossa Comarca é de Segunda Entrância, enfim, somos uma cidade abandonada pelo poder púbico, enquanto em outros setores a cidade cresce, em termos de órgãos estatais ela encolhe. A resposta, irônica foi a seguinte: dizem o mesmo aqui sobre vocês, o que evidentemente não é verdade.

Então me veio à memória a última vez em que o saudoso e querido Cap. Kleber nos visitou, ele e D. Zezinha, que fez o seguinte comentário: “Cajazeiras mudou muito, cresceu, etc., mas uma coisa não mudou, a cidade continua sendo administrada por Dr. Epitácio”. Infelizmente ele tinha e ainda tem razão: Cajazeiras continua sendo administrada pela política de Dr. Epitácio, que sempre preferiu o varejo às causas que trouxessem a infra estrutura que precisamos, e com a segurança hídrica que a transposição do São Francisco proporcionará, vão ser cada vez mais necessárias. Mas ninguém, pelo menos os candidatos que estão a disputar as próximas eleições estão interessados nesse tema, e os benefícios que vieram para nossa cidade nos tempos de Ivan Bichara e Frassales, nossas vizinhas já receberam em dobro, ou já tomaram de nós, em grande parte, por nossa inação; nossos políticos são fracos e descompromissados com nossa cidade.

Como “dessa mata não vai sair coelho”; urge que o restante de nossa cidade se organize e consiga alguma forma (tipo uma comissão suprapartidária), ou outra solução que consiga superar a letargia “epitaciana” de nossos políticos fisiológicos, e consiga se reunir e fazer uma pauta de nossas necessidades reais e apresentá-las, como se fez na década de 60, quando uma comissão de alto nível foi a Campina Grande e conseguiu com o então presidente João Goulart o abastecimento d’água para nossa cidade, sem (ou quase sem) a participação da classe política.

Senão, eu e muitos de nós vamos continuar a ouvir piadas de mau gosto por parte de nossos vizinhos.

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