Muita preocupação numa hora dessas

Tem dias que a gente amanhece despreocupado como se os grandes problemas do mundo não acontecessem a todo momento. Penso que é bom ser assim, mas não no sentido de se alienar da realidade. Afinal, a tragédia da covid-19 está aí para não deixar ninguém sossegado. Bobeou, pimba!, você pode ser a próxima vítima.

Estava lendo o jornal no café da manhã – sim, ainda sou do tempo que se lê jornal no café da manhã – quando deparo com uma pequena notinha de coluna, como quisesse se esconder da preocupação que ela poderá acarretar para muita gente. E bota muita gente nisso. Confesso que quando terminei de ler essa pequena informação, como que querendo abafar um caso seríssimo, dei uma leve enguiada sem efeitos práticos. Foi um soluço meio forçado. Para quem não é nordestino, enguiar significa regurgitar, e se essa palavra ainda está difícil de entender, vou então no popular: vomitar!

Como ainda tenho um coração bom – falei ‘ainda’ – dei uma segurada em meus sentimentos. Mas que o bicho acelerou seus batimentos, acelerou. De imediato procurei meu celular e fotografei a minúscula notícia. Minúscula em texto, mas enorme em dor de cabeça que irá provocar em muita gente. E bota muita gente nisso. Repito. Nem quis terminar de tomar café.

Nesse exato momento Beibinha, minha esposa, viu meu semblante meio diferente e perguntou com cara de preocupada o que estava acontecendo comigo. Disse um ‘nada não’ sem lhe convencer. Comecei a disparar a foto para os amigos do zap. Tratava-se de coisa urgente, e, amigo que é amigo, não deixa amigo na mão.

Vendo-me concentrado no envio da mensagem Beibinha insistiu mais uma vez: “fala, filho de deus, o que está havendo! ”. Foi como se eu não estivesse ouvido sua súplica. Só vi o jornal sendo arrastado para si na tentativa de descobrir o que estava ocorrendo.

Na página havia notícias que não mais abalam ninguém, que são os altos índices de mortes de covid e sua segunda onda que paira a Europa e chegando ao Brasil; o noticiário sobre assalto ao erário já não mais assusta pessoa alguma; o capítulo referente a recusa de Trump largar o osso da presidência dos EUA virou piada; o último crime passional virou mera curiosidade; a questão do apagão no Amapá é de se constranger qualquer pessoa, menos as autoridades. Eram todas notícias corriqueiras que não dava para assombrar um leitor assíduo de jornais.

Afinal, de que diabo se tratava aquela notícia avassaladora? Questionou Beibinha séria comigo. Bem, agora passo a explicar o fato real. É o seguinte…

O tamanho que caracteriza uma crônica acabou e, então, só na próxima semana posso explicar a situação. Até lá.

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