Como diz o ditado moderno, a fila anda. Essa pandemia elasteceu o tempo, e a convivência familiar fez com que nos reinventássemos. Afinal, ficar o dia inteiro, a semana inteira, meses inteiros se vendo em todos os ambientes da casa pode enjoar muita gente.
A questão não é essa convivência dentro de casa. A questão é que você vai mudando seu ritmo de vida, não imposto pela a abundância temporal da covid-19, mas pela sua própria condição física, psicológica, afetuosa, cotidiana, com seus filhos e esposa.
Fui descobrindo que beibinha, minha esposa, estava com outro homem. Esse, mais maduro, mais compreensivo, é mais craque na vida feminina, tem um olhar mais enternecedor, muito mais participativo nas atividades do dia a dia de casa, como deixar a cozinha impecável após as refeições, mesmo porque a secretária ficou recolhida em sua casa por causa da pandemia.
Descobri que esse outro homem de Beibinha, em conversa que tivemos, e que abriu o jogo comigo para falar detalhes dele abertamente, tem uma luz divina que o tempo, ahhh o tempo, que o tempo é rei e deve mandar na relação conjugal, e esse homem lhe completa com o tempo. Ele é plenitude temporal para ela.
Fiquei tranquilo e bastante compreensivo. Como sempre fui. Mesmo porque sempre lhe desejei todo o bem da vida. E ela foi além. Revelou que esse novo homem tem similaridades comigo. É meigo, e, por incrível que pareça, também é careca. Tem estatura física semelhante à minha e olhos azuis. Poxa, vida, que bom, que legal. Ponderei.
Lembrei a frase do filósofo americano Elbert Hubbard (1856-1915): “Há seis requisitos necessários para um casamento ser feliz: o primeiro chama-se Fé, e os outros cinco, Confiança”.
Depois de tudo explicadinho, pedi então a Beibinha que revelasse o nome desse tão decantado amor. E ela, sincera como sempre, não se fez de rogado e abriu o jogo. Disse ela:
“O nome dele é: Eduardo Pereira, a paixão de minha vida, meu galeguim dos zói azul”. Portanto, a frase de Elbert Hubbard faz sentido.
