As minhas mãos calejadas pelo tempo, ainda guardam entre as suas articulações, a capacidade de consolar, de buscar por caminhos estranhos a verdadeira saída e encontrar entre mil desilusões uma maneira mais fácil de viver em paz.
Foram através destas mãos que evitei sepulturas, que procurei se tornar um deus na forma finita, para que a manifestação de vida borbulhasse de forma perfeita no coração de alguém que se encontrava morto em vida.
Foram longos passos de uma estrada distante, de momentos que os meus pés se sentiam cansados, porém nunca consegui desistir de um grito que ecoasse, sem que eu não pudesse chegar lá.
Foram solidões desesperadas, pelos corredores de um grande hospital, onde a canção que ecoava na escuridão era de um grito de dor, uma lágrima tão importante aos meus olhos que se tornou força para que continuasse.
Agora passado tempo eu continuo em busca do caminho do tempo, na certeza absoluta de deveres cumpridos, de sonhos realizados, de coisas que ficaram em segredo entre eu e Deus e nós resolvemos juntos.
Eu gosto de expor os sentimentos que me envolveram, por coisas que passei, por erros cometidos e pelo perdão de forma perfeita em confissão, pois a vida nos mostra que tudo gira em torno de alegrias e decepções.