Licença para governar?

Essa foi a primeira indagação, com um tom de revolta, do Presidente Lula ao se conscientizar da sua impotência de não poder interferir na política de juros do Brasil. Esqueceram de avisar ao presidente de plantão que o Banco Central do Brasil desde 2021 não é mais vinculado ao Ministério da Fazenda e por foça de lei, a exemplo das maiores economias do mundo, aquela autarquia opera de forma independente onde o seu presidente e diretores são eleitos para um mandato de quatro anos em ciclos não coincidentes do presidente da República tendo livre arbítrio com o Comitê de Política Monetária (Copom) estabelecer a missão espinhosa de controlar a inflação e estabelecer a política de juros brasileira.

Lula sabe que com essa cavalar taxa de juros de 13,75% ao ano, estabelecida pelo Banco Central o País não cresce, pois, está submetido a uma verdadeira camisa de força que impede o empresário de investir e até mesmo manter seu negócio funcionando por isso abriu fogo contra Banco Central elegendo seu diretor presidente, o economista Roberto Campos Neto como causador maior do desempenho pífio da economia: “essa taxa de juro é uma irresponsabilidade, os livros de economia estão desatualizados”.

As patéticas críticas do presidente não surtiram efeito, pelo contrário, o Copom decidiu nessa quarta-feira (22/03) não só manter a taxa básica de juros em 13,75% ainda ameaçou, em nota, aumentar os juros considerando a incerteza pela não apresentação pelo governo da nova regra fiscal, ou seja, sem nova regra fiscal que substituirá o Teto de Gastos os juros não baixarão. O confronto entre o Banco Central e governo está instalado.  

No fundo, alguns de seus assessores sabem, mas não divulgam, que essa discutível taxa de juros ajuda ao governo impedindo a volta da inflação e consequentemente o retorno do maior e mais perverso de todos os impostos: o imposto inflacionário.

Prestes a completar 100 dias, o governo Lula 3.0 tem pressa, pois, até hoje ainda não apresentou nenhum novo projeto de governo para o país e no afã de mostrar serviço, envereda numa estratégia arriscada de requentar programas dos seus dois mandatos anteriores como o Bolsa Família, o Mais Médicos, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Minha Casa, Minha vida, e por aí vai.

Além da camisa de força imposta por mecanismos fiscais que travam a gastança desenfreada, a falta de massa cinzenta na sua equipe com capacidade para inovar, impede o governo Lula decolar.

Está na hora do núcleo duro do entorno politico do presidente entender que a redução de juros é um processo complexo de ajustes que envolvem diversas variáveis econômicas como pressão inflacionaria, taxa de cambio, conjuntura financeira internacional que demandam certo tempo e não se resolve com uma simples canetada. O resto é lorota.

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