Hélio Pires Ferreira: primo e projetista

Caros leitores; seria uma satisfação voltar a publicar meus textos, se não fosse essa volta para lamentar a perda de mais um de nossos amigos, em especial a de hoje. Perdemos Hélio Pires Ferreira, meu primo e sócio, que se foi no último domingo, vitimado de enfarte.

Desde que eu era apenas uma criança, tinha um primo de predileção, e no meu caso, era Hélio, filho de tio Gineto, irmão de meu pai Waldemar, quando há mais de cinquentea anos atrás, na escola de Dona Carmelita, me pediram para escrever uma carta para um parente que eu gostava, eu comecei: caro Hélio: desde criança nos dávamos bem.  

Formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Guanabara, hoje UFRJ, e trabalhou na ponte Rio – Niterói e no Aeroporto do Internacional do Galeão, posteriormente  trabalhou na Natron, empresa ligada à Ambel, até o governo Collor, quando essas industrias de material bélico foram desativadas, então veio morar aqui entre nós.

Como com o advento da praga do “bicudo” a cultura do algodão no Nordeste , como era praticada ficou inviável, ele de passagem por aqui ficou em definitivo e fez com nossa parceria foi o autor do projeto da primeira indústria têxtil de nossa cidade e região, um projeto absolutamente pioneiro, a Cajazeiras Têxtil Ltda., saiu na sua maior parte de duas noites de insônia e de trabalho muito intenso. Como o ovo de Colombo, copiar o existente é fácil, fazer o primeiro é a tarefe mais difícil. Hélio, muito mais que seus sócios, entre eles eu me incluo, foi quem carregou o piano desse projeto, e outros copiaram esse projeto pioneiro, e temos um parque têxtil com três fiações em Cajazeiras, enquanto cidades mito maiores como Juazeiro do Norte, não tem nenhuma, não temo em dizer: sem a participação de Hélio, nossa cidade não teria nenhuma indústria têxtil. O projeto feito por Hélio tinha mais de 600 páginas foi aprovado pelo Banco do Nordeste e era um orçamento de US$ 700.000,00 Dólares Americanos, um feito impressionante até hoje, empregado nesse nosso sertão, saiu de sua prancheta, depois, foi copiado por nossos concorrentes.

Separado, casou-se com Carla Rejane Pereira, e bem depois mudou-se para João Pessoa, onde tiveram Pedro, terceiro filho de Hélio,  e primeiro de Carla.

Então na nossa Capital, ele teve um AVC, que apesar de isquêmico, Tolheu algumas de suas funções.

Agora, teve que ser operado, e apesar de bem sucedida a cirurgia, seu coração não resistiu ao pós operatório e ele veio a falecer no último domingo.

Para mim pessoalmente foi como perder um irmão, muito mais do que primo e sócio, Hélio era uma das pessoas mais capacitadas que já passaram por nossa terra, e tinha um potencial enorme, uma capacidade de concentração que poucas vezes vi. Uma grande perda para Cajazeiras e região.

Que tenha seu lugar merecido entre os grandes. Um grande se foi. Desses pioneiros e arrojados nossa região carece.

Para mim, uma perda pessoal enorme.

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