Elias do picolé da carrocinha de Seu Walmor e suas histórias

Em Cajazeiras, quem nunca ouviu falar de Elias do picolé? Elias não tinha estudo como diziam os mais velhos. Não ganhava a vida como palhaço, mas fazia as pessoas rirem. Não era rico financeiramente, mas era rico de amizades, por ser um homem muito popular na cidade do Padre Rolim. Crianças, jovens, adultos e idosos, gostavam dessa figura ímpar.

No dia-a-dia, ele andava pelas ruas, praças, nos eventos da cidade, aos domingos em dias de jogos de futebol no Estádio Higino Pires Ferreira, por todos os lugares, lá estava Elias do picolé, com sua carrocinha, vendendo o picolé de cajá, de côco, de manga, de goiaba e outras frutas da Sorveteria de seu Walmor.

Tinha pessoas, que se aproximavam da carrocinha de Elias, não para comprar picolé, mas para ouvir suas histórias, piadas e presenciar suas palhaçadas. Como ele era meio banguelo, para chamar a atenção das pessoas, ele colocava uma ponta de um cigarro no canto da boca e, num pequeno impulso, com os lábios, ele conseguia colocar a outra ponta dentro do nariz, sem tocar com os dedos. É lógico, com o cigarro apagado. Depois disso, ele acendia o cigarro e dava seus tragos.

Certo dia, na quadra da AABB, durante o treino do time do Banco do Brasil, Pato, jogador desse time, deu um bico na bola e ela saiu em direção a Elias, que estava de costas na arquibancada, tirando um picolé da caixa de isopor, para um rapaz, quando a bola bateu na sua cabeça e ele caiu por cima da caixa de picolé, que estava na sua frente. Ele se levantou bem rápido, e deu um grito bem alto e falou: “tcham! o goleiro pega a bola de frente, Elias pega de costas”. A risada foi geral dos torcedores. Essa e outras tantas palhaçadas, que fazia, era a sua felicidade. Tempos depois, Elias foi morar, em Teresina e trabalhar nas empresas de seu João Claudino, onde veio a falecer na capital piauiense.

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