Cajazeiras perde forças?

Tenho ouvido de alguns jornalistas, de empresários e de outros segmentos, que a cidade de Cajazeiras tem perdido forças, ficando bem aquém de sua antiga 5ª posição entre as cidades paraibanas, não só sob o aspecto econômico, mas também na força e pujança política. Basta lembrar que qualquer candidato a presidente da República teria obrigação de incluir Cajazeiras em suas visitas.  

No inicio dos anos setenta escrevi para o jornal Tribuna da Paraíba, editado em Cajazeiras, que teve vida efêmera, uma série de artigos com o titulo “Cajazeiras, cidade do já teve”, que não agradaram o prefeito da época, o meu prezado amigo Francisco Matias Rolim, que na minha humilde opinião, foi o maior prefeito de todos os tempos de Cajazeiras. Basta citar um único fato: a modernidade chega a nossa cidade através da garra e da visão deste cidadão, que a amava acima de tudo.

Naquela época nós perdíamos dois importantes equipamentos: as linhas aéreas e o trem e no setor de educação as Irmãs Dorotéias e os Padres Salesianos, que entregavam as direções dos Colégios Nossa Senhora de Lourdes e Padre Rolim fatos que considero como uma perda irreparável para o ensino de Cajazeiras. Mas desde que a “praga do bicudo” acabou com a produção de algodão, nossa principal força econômica, provocou uma ruptura ainda hoje não sanada na economia do município.

Há alguns anos foi criado o MAC – Movimento dos Amigos de Cajazeiras, com o objetivo de defender suas lutas e bandeiras. Enquanto funcionou, teve uma importância fundamental para chegar junto aos donos do poder para encaminhar pleitos e sugestões.

Recentemente foi criado o CONSELHO DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA DE CAJAZEIRAS, formado das mais variadas entidades com atuação no município. O movimento é apartidário e tem com clareza o objetivo de lutar pelo desenvolvimento de Cajazeiras. Vai ter sucesso? Só o tempo dirá.

Quando se trata de comparação, o que sempre nos vem a mente são as três principais cidades do sertão: Sousa, Cajazeiras e Patos. Pra cidade de Patos, há mais de uma década a perdemos de vista, ela avança em população, em eleitores, em arrecadação de ICMS e quiças, em breve, também em educação. Com relação à cidade de Sousa perdemos com enorme vantagem no setor industrial e agropecuário, pois impulsiona de forma avassaladora a sua produção de leite, que ressoa nos municípios vizinhos. E com a chegada das águas do Rio São Francisco, vai voltar a produzir banana e coco em larga escala. Cajazeiras ainda está na frente no setor educacional e talvez cultural. 

Não temos feito mais do que o trivial feijão com arroz: calçar ruas, reformar praças, construir postos de saúde, valendo ressaltar avanços na área da saúde com equipamentos de ponta na geração de imagens.  

Estariam faltando: União? Envolvimento? Movimento? Contestação? Motivação?  Compromisso com o povo? Homens públicos comprometidos com a cidade para que haja engajamento para novas lutas em sua defesa?

Parte de nossas lideranças não tem demonstrado decisão política, comprometimento e criatividade para reverter o fosso econômico, no sentido de diminuir as desigualdades sociais históricas, o desemprego e a falta de uma discussão contemporânea as aprofundam ainda mais. Quem salva o município são as transferências do ICMS e FPM.

Estamos perdendo forças? Basta passar os olhos sobre a nossa posição, que antes era a 5ª, e vê em que colocação estamos hoje.

Ah minha querida Cajazeiras como eu gostaria de te vê em patamares bem mais elevados!    

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