A ressaca da derrota eleitoral

A democracia exige como condição essencial que os perdedores aceitem derrotas eleitorais, obedecendo as regras e o formato da disputa a que se dispuseram participar. Costumam desqualificar a democracia em nome de suas frustrações. Falta-lhes estrutura emocional para encarar um revés numa eleição. Promovem ataque às instituições e não reconhecem o processo eleitoral mais reconhecido do mundo, mesmo tendo conquistado mandatos através dele.

Nesse sentimento de insucesso, partem para reações irracionais, sem respeito da civilidade, agredindo os que conseguiram saír majoritários das urnas. E adotam comportamento que colocam em dúvida a sanidade mental, agindo como fanáticos ao entoarem o hino nacional homenageando um pneu de caminhão, marchando como soldados em frente aos quartéis reivindicando intervenção militar, apelando para a ajuda de “generais da galáxia”, ETs, na consecução de seus objetivos golpistas e bloqueando estradas impedindo o direito constitucional de ir e vir. Baderneiros que autointitulam “patriotas” passam a cometer atos terroristas. Sem o cuidado de disciplinarem os instintos e as emoções. Tudo isso seria trágico, se também não fosse cômico, fora do senso do ridículo.

Os perdedores normalmente procuram desculpas, culpados e argumentos. E a ressaca eleitoral que estão sofrendo, vem embalada pela ingestão de ódio e mentiras. Na choradeira levantam suspeitas de fraudes. E decidem ir em direção ao golpe, saindo às ruas curtindo as duas primeiras fases do luto: a raiva e a negação. O delírio continua e fica cada dia mais violento e perigoso. Esse pessoal precisa compreender que pregar o golpe é crime e passível da aplicação de sanções penais. Tem muita gente inocente, vestida de verde e amarelo, sendo usada como “massa de manobra” pela extrema direita.

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