A Petrobras e o dilema dos preços dos combustíveis

No olho do furacão de sua maior crise de gestão da sua história a PETROBRAS a maior empresa brasileira e terceira empresa de energia do mundo, vive um dilema entre os seus altíssimos lucros distribuídos para seus acionistas e os escorchantes preços dos seus combustíveis cobrados a seus consumidores.

Exatamente o contrário do Governo Dilma (PT) que levou a empresa à bancarrota com o estúpido congelamento de preços frente ao mercado internacional aliado a um ataque sistemático de corrupção aos cofres da empresa. Hoje, quatro anos depois totalmente saneada, a PETROBRAS, com um valor de mercado estimado em quase 500 bilhões de reais, vive uma situação esdruxulamente inversa exibindo nos seus balanços, exuberante desempenho financeiro, operacional e patrimonial capaz “deixar no chinelo” as empresas líderes mundiais em gestão de otimização do lucro.  

São números robustos que atestam isso: lucro astronômico de 44,5 bilhões somente no primeiro trimestre de 2022, 3000% a mais do que no mesmo período do ano passado, a maior rentabilidade de uma petrolífera no mundo.

Acossada impiedosamente pelo presidente Bolsonaro que cobra, num ano eleitoral, uma solução a fórceps para reduzir artificialmente o preço dos combustíveis a PETROBRAS resiste heroicamente a essas investidas populistas. Nem mesmo a troca de quatro presidentes em menos quatro anos conseguiu abaixar os preços dos combustíveis no Brasil.

É obvio e ululante que o capitão sabe que a simples redução das alíquotas de ICMS sobre os combustíveis ou mesmo a mudança no comando da empresa não vai resolver a escalada de preços da nossa petrolífera. A raiz do problema está no aumento no preço do petróleo e dos combustíveis no mercado internacional aliado a variação cambial. Aliás, o problema vem de longe quando o Congresso e a União vem empurrando de barriga a solução de um dos maiores empecilhos para retomada do nosso desenvolvimento econômico. A Reforma Tributária.

A aprovação às pressas, dentro de um ano eleitoral, de um projeto de lei complementar   na Câmara Federal, nessa quarta-feira (25), fixando um teto de 17% para o ICMS (Imposto estadual) sobre combustíveis, gás natural e energia, reflete a forma tosca e improvisada da arraigada cultura do político brasileiro de buscar “soluções fáceis para inconvenientes imediatos”.

Esse complexo tema bem que poderia ser debatido e aprovado lá atrás, no escopo da Reforma Tributária que permitiria uma definitiva atualização do nosso arcaico e perverso sistema de cobrança de impostos. Claro que a unificação da alíquota do ICMS não resolve o problema, mas põe um freio nessa orgia tributaria sobre produtos e serviços essenciais. Já é um avanço!

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