A Acal, seus trabalhos, suas deficiências, acertos e suas sucessões

Houve evento um de nossa Academia, capitaneado pelo Presidente em exercício, Ubiratan de Assis, que me deixou extremamente lisonjeado, o lançamento do livro do nosso confrade Rui Leitão, com o título de “Revolucionárias”, que entre outras figuras célebres, ele resolveu inserir o nome de minha mãe, a única cajazeirense nesse universo de estrelas cintilantes, que se fosse viva, minha mãe daria a mesma resposta de Christiano Cartaxo, que ao ser convidado a compor a Academia Paraibana de Letras, recusou, porque se achava apenas “um pobre sertanejo que apreciava cantar as coisas de sua terra”, (se não me falha a memória, pois li os 40 sonetos organizados por seu genro, Mozart Soriano Aderaldo, há mais de meio século), mas como filho, e assim como os filhos e os netos e outros descendentes de “Tio Cartaxo”, devem ficar, como eu lisonjeados de serem descendentes do maior poeta que nossa terra já produziu, eu me sinto da mesma forma, agradecido ao nosso confrade a lembrança de minha mãe, e reconheço que em termos de região, Ica fez, assim como Christiano, a diferença e de ser considerada, passados 44 anos de sua “Páscoa Definitiva”, algo como um mito que cada vez ganha notoriedade.

Mas deixando para trás o fato de minha mãe, temos a fazer um comentário sucinto sobre nossa academia. Para mim, apesar de existirem muitos de seus membros que não residem aqui, a ACAL é o único espaço que eu conheço em Cajazeiras, em que se deixa de lado as preferências políticas paroquiais, onde gregos se confraternizam com troianos na maior naturalidade possível, e apesar de a Academia não se reunir com a frequência que deveria acontecer, as poucas vezes são produtivas e focadas nos grandes interesses de nossa comunidade. Com as discussões, as dissidências, normais em qualquer lugar onde se juntem pessoas que usem neurônios para outros objetivos além de separar as orelhas, é um lugar de boa convivência até que o álcool começa a subir nas mentes dos acadêmicos, e as conversas ficam repetitivas. Eu como não bebo há anos, saio logo.

Outro assunto desses encontros são as eleições para serem preenchidas as vagas suplementares das cadeiras não ocupadas, são ao todo quatro: duas não preenchidas e duas vazias por falecimento de seus membros fundadores, mas como está longe essa eleição, eu nem sei quem são os candidatos. Espero colegas de nível.

E fica a minha torcida para que nossa Academia se fortaleça cada vez mais.

Obrigado Rui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

O dono da voz

A voz melodiosa, articulada, serena se sobrepunha aos chiados do rádio de pilha que, solenemente instalado em uma…
CLIQUE E LEIA

Nossas calçadas

A poetisa cajazeirense, já falecida, Teté Assis, em sua poesia “Recordando Cajazeiras”, de 1964, se expressava: “Cajazeiras! Cajazeiras!…
Total
0
Share