Seu Arcanjo

FRANCISCO ARCANJO DE ALBUQUERQUE
* Sítio Coxos de Cima, Cajazeiras (PB), 08/05/1920
+ Cajazeiras (PB), 12/11/2002

Arcanjo Albuquerque nasceu no Sítio Coxos de Cima, no município de Cajazeiras, no dia 8 de maio de 1920. Órfão de pai, aos doze anos de idade começou a trabalhar como “cassaco” nas obras da construção da estrada entre o município de Aparecida e Pombal e ainda como catador de raiz na construção do Açude de Boqueirão de Piranhas, encravado no Distrito de Engenheiro Avidos.

Foi sempre um homem ligado a terra. Ainda criança trabalhou “alugado” para diversos proprietários rurais. Foi também rendeiro da Bacia do Açude de Boqueirão.  Em 1945, casou-se e, a partir desta data, por imposição de sua esposa Mãezinha, passou a residir na sede do Distrito de Engenheiro Avidos e estabeleceu-se como comerciante, abrindo uma pequena bodega onde vendia de tudo, mas nunca deixou de arar a terra.

Em 1954, já fruto de seu trabalho comprou uma pequena propriedade, situada no Sítio Coxos, ainda hoje pertencente à família, que a tem como um relicário.

Em 1954, transferiu-se para a cidade de Cajazeiras, quando fundou o Armazém Rio Piranhas, onde trabalhou até o último dia de sua vida. Foi deste estabelecimento comercial que retirou o necessário para educar e formar seus nove filhos.

Tinha uma paixão enorme por uma pequena criação de gado e se orgulhava de possuir um bom plantel de vaca de leite, no Sítio Capoeiras, na periferia da cidade de Cajazeiras.

“Foi exemplo de honradez e honestidade e procurou ao longo de sua vida honrar os seus compromissos e tinha uma facilidade imensa de fazer amigos, principalmente entre as pessoas mais humildes”, destaca o professor José Antônio de Albuquerque, filho de Arcanjo.

Gostava muito de política, mas sem se envolver com os atrativos e os perfumes do poder. Tinha grandes amigos nas “rodas do poder”, nas esferas da política municipal, estadual e federal, mas nunca foi tentado a pedir um único emprego para um filho ou um parente.  Pai de nove filhos, esposo exemplar, Arcanjo, como era conhecido e tratado por todos, conquistou milhares de amigos com seu jeito simples de tratar e ser.

Católico fervoroso e temente a Deus, nunca deixou de frequentar a igreja para assistir a missa e, quando a saúde já não lhe permitia ir à catedral, participava da santa missa através da Rede Vida de Televisão.

Em vida, Arcanjo teve um desejo externado aos familiares: queria que o velório, quando de sua morte, fosse realizado em sua residência, local onde cultivou a alegria de viver ao lado de dona Mãezinha, sua esposa, de seus nove filhos, de seus genros, noras e dos queridos 34 netos.

Faleceu no dia 12 de novembro de 2002, aos 82 anos. Foi lá, em sua residência, onde os amigos de Arcanjo lhe deram o último adeus. Foi lá também onde a Câmara Municipal de Cajazeiras prestou-lhe uma última homenagem com a entrega, in memoriam, do título de Cidadão Benemérito que lhe havia sido concedido há alguns anos.

Antes do seu sepultamento, ocorrido dia 13, às 17h30 horas, foi celebrada uma missa de corpo presente na Catedral Nossa Senhora da Piedade pelo Bispo Diocesano, Dom José Gonzales Alonso, e concelebrada pelos padres Luiz Gualberto de Andrade, Levi Rodrigues, Antônio Luiz do Nascimento e Miguel Lisboa.

No cortejo fúnebre da catedral até o cemitério Coração de Maria, acompanhado por milhares de pessoas, um dos momentos mais tocantes, sugerido pelos seus colegas comerciantes do rua Padre Manoel Mariano, à família, foi a parada diante do seu estabelecimento comercial, o Armazém Rio Piranhas. Todo comércio fechado. Aplausos, choros, sentimentos, discursos, louvas, vivas, eram Cajazeiras e os amigos se despedindo de Arcanjo exatamente no local onde, por 48 anos, exerceu a atividade de comerciante de estivas e cereais.

COM INFORMAÇÕES DO GAZETA DO ALTO PIRANHAS

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