Lucy Cartaxo de Sousa

LUCY CARTAXO DE SOUSA

* Cajazeiras (PB)
+ Brasília (DF), 03/05/2000

SOLIDÔNIO LACERDA

Lucy Cartaxo de Sousa faleceu em Brasília no dia 3 último, sendo o seu corpo transportado para ser sepultado em Campina Grande, onde residia. Era filha do Dr. Arnaldo Leite e da Sra. Palmira Cartaxo Leite. Sua infância e juventude foram vividas em Cajazeiras. Amaury e Telma eram seus irmãos, já falecidos. Viúva de Alfredo Januário de Sousa, comerciante em Campina Grande. Sua presença se fará sentir nas filhas Leila e Sílvia Helena, médicas domiciliadas na Capital Federal e, Lúcia Helena e Liana, respectivamente, médica e bioquímica, com exercícios profissionais em Campina Grande.

Lucy e eu mantivemos uma amizade por mais de 60 anos, participando ela das boas lembranças da minha adolescência. Em Cajazeiras, nos períodos de férias nos encontrávamos e, juntamente com Francisquinha Menezes, Zilda Gonçalves (precocemente falecidas) e minha irmã Eulina, constituíamos um “bloco”, participando de conversas, passeios e festas. Eventualmente, contávamos com o comparecimento de Volite Pereira e Ivolita Arruda. Nas minhas idas e vindas, da minha casa para o centro da cidade, fazia uma parada na casa de Lucy (em frente a atual Prefeitura) para comentar os boatos e as fofocas, por acaso existentes.

Posteriormente, Lucy passou a residir em Campina Grande e me larguei para o Rio. Nossa amizade continuou e cresceu, com a inclusão de Januário, com quem casara. Por telefone, anualmente nos cumprimentávamos por ocasião dos nossos aniversários e nas festas de Natal. Nas minhas passagens por Campina Grande, era sagrada uma visita ao casal amigo. No momento, tencionando ir ao Nordeste, planejava vê-la, antevendo o seu riso com os olhos fechados. Quando nos encontrávamos, conversávamos pouco e ríamos muito, externando a nossa alegria pelo reencontro. Agora Lucy, não tenho mais com quem rir, com quem comentar, por quem perguntar e por quem recordar. Sem você, Campina Grande torna-se pequena e me sentirei só. Não lhe mandei flores, mas lhe ofereço a dor e a saudade, causadas pela sua falta. A morte é inexplicável, mas ela não faz medo. No mundo atual, com tanta violência, o que faz medo é a vida. Que você encontre a paz, cada dia mais difícil para nós que aqui permanecemos.

Solidônio Lacerda é medico cajazeirense residente no Rio de Janeiro.

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