A fantasia

É ainda enquanto criança que começamos a viver o mundo da fantasia. Criar imaginariamente situações que desejamos viver é fantasiar. E isso não faz mal nenhum, desde que não se distancie tanto da realidade. A fantasia nasce do anseio de atender necessidades não vividas. Estamos sempre alimentando a esperança de que os sonhos se realizem.

Quem não se permite viver oportunidades de construir fantasias, pode se considerar uma pessoa que não ama a vida. Restringe-se a viver somente aquilo que as circunstâncias lhe oferecem. Não ousa, não idealiza, não ver além. É um acomodado, resignado à própria sorte. Fantasiar não é proibido. Pelo contrário é a melhor maneira de estimular projetos inovadores, e aperfeiçoar a capacidade criadora.

Ainda que certas fantasias violem as regras da realidade, não podemos deixar que elas se transformem em simples quimeras, mesmo que aparentemente impossíveis de serem executadas. Elas têm um efeito mágico, provocam prazer mesmo antes da sua realização. Porque não usufruir do entusiasmo e deleite de uma fantasia?

Sabemos que muitas delas contrariam princípios e valores e se tornam proibitivas no sentido da normalidade de comportamentos. Talvez, por isso mesmo, sejam tão desejadas. É o caso das fantasias sexuais. Nem precisam ser consideradas fora dos padrões da moralidade, basta que sejam inusitadas, fujam do convencional, quebrem a rotina.

A fantasia é um exercício do “faz de conta”. A necessidade que temos de satisfazer aspirações internalizadas no nosso inconsciente. Fantasiar é imaginar o que gostaríamos de ser, ter ou fazer. Funciona inclusive como mecanismo de defesa diante de conflitos e problemas. Na fantasia nos animamos a encontrar soluções e saídas para dificuldades enfrentadas, porque passamos a acreditar que os futuros acontecimentos se darão conforme nossa imaginação. Embora correndo riscos de consequentes frustrações, oferecem coragem para irmos em frente, na confiança de que a fantasia se tornará real.

Não renunciemos as fantasias. Só precisamos ter cuidado para que elas não nos dominem e não nos façam viver permanentemente na ilusão. O importante é termos noção dos limites da ficção e do real e buscarmos satisfazer nossos desejos.

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