Dono do Sistema Correio de Comunicação sugere apedrejar jornalistas que noticiam mortes por coronavírus

O empresário Roberto Cavalcanti sugeriu hoje que jornalistas e radialistas sejam “apedrejados” diante da divulgação de mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil. O ex-senador (Republicanos) disse que a imprensa comemora os óbitos decorrentes da covid-19 como se fossem “gols da seleção” brasileira.

“Tem determinadas emissoras que dão placar de quantos morreram no país. Parece que são gols da seleção do Brasil. ‘Hoje, 10 mil gols, batemos o recorde.’ Isso é uma vergonha. Isso é um país que deveria ter vergonha na cara. O jornalista, o radialista que fizesse um negócio desses deveria ser apedrejado na rua”, disse.

A declaração de Cavalcanti foi dada em entrevista ao programa Correio Debate, da rádio Correio, que pertence ao Sistema Correio de Comunicação — do qual ele é dono.

A empresa abrange ainda a TV Correio, afiliada da Rede Record na Paraíba, além de rádios e jornais. De acordo com dados coletados até as 19h de ontem pelo Ministério da Saúde, a Paraíba contabilizava 3.045 casos de covid-19, com 157 óbitos. 

Mais tarde, Cavalcanti recuou e pediu desculpas, mas criticou o “assassinato de empresas” diante dos impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus no país.

“Na verdade, eu descarrego esse meu silêncio de 62 dias para hoje — talvez me exaltei, peço desculpas. A minha forma de conduzir no dia a dia é da parcimônia, de agregar, de conquistar, mas tem momentos em que você assiste ao assassinato de pessoas, ao assassinato de empresas”, afirmou.

“Isso não é possível. Não é possível que o Brasil não se revolte contra isso e deixe de lado o problema de ser de um lado ou de outro da política. Já falei demais, peço perdão mais uma vez”, encerrou.

COM INFORMAÇÕES DO UOL

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