O peso-médio paraibano Bruno “Blindado” Silva tem neste sábado uma prova de fogo no UFC em Las Vegas: o paulista Alex “Poatan” Pereira, campeão mundial em duas categorias no kickboxing. Se enfrentar um craque da trocação não fosse tarefa ingrata o suficiente, Blindado ainda terá um ídolo do MMA brasileiro como cabeça estratégica no córner oposto: Glover Teixeira, atual campeão peso-meio-pesado do UFC.
Blindado, no entanto, assegura que não está preocupado com isso. Ele demonstra fé na habilidade do técnico André Dida de traçar o plano de jogo e nos treinos na equipe Evolução Thai para vencer seu adversário. E afinal, como já é um ditado no meio da luta, o córner não pode dar golpes ou aplicar quedas junto com o lutador, que entra sozinho no octógono.
– Não muda nada. Ele vai dizer o que pro Poatan? Que eu nocauteei ele! (Risos) Não tem muito o que falar do Poatan. Vai dizer que é brecha? Brecha vai ter vídeo no Youtube. Como o Poatan tem brecha, eu tenho brecha, não me importo muito com esse lado não. Tenho meu lado, tenho minha bandeira, a Evolução Thai, e conheço todos os soldados que estão na guerra junto comigo – disse o lutador paraibano em entrevista ao Combate em Las Vegas.
Blindado admitiu que não viu muitas lutas de Poatan na preparação – segue a linha dos lutadores que preferem focar em si mesmo nos treinos e não se pautar pelo adversário. Mesmo assim, sabe do currículo do paulista e que, entre suas principais armas, estão o cruzado e a joelhada.
Era uma luta que talvez pudesse ser evitada tão cedo entre dois brasileiros com boas chances de integrarem a elite da categoria peso-médio no UFC. Porém, Bruno Silva não pestanejou em aceitar o desafio e entende que ele seria inevitável.
– Quando fechou, acho que 90% das pessoas não gostaram do casamento da luta. Mas entendi da melhor forma, não levei pro lado de o “UFC quer atrasar a vida de um brasileiro”. Realmente tem uns quatro ou cinco brasileiros no peso-médio chegando forte, e é normal ter americano contra americano, sempre vai acontecer, russo com russo… Aceitei a luta de cara. Foi uma mídia diferente, tem todo esse hype porque (ele) nocauteou o (Israel) Adesanya (atual campeão dos médios) sei lá quantos anos atrás, mas pra mim isso não muda nada. É mais um adversário que quer bater em mim, vou ter que sair no soco que nem com os outros.
É a quarta luta de Bruno Blindado nos últimos nove meses – ele brincou que seu celular já loga automaticamente na rede wi-fi do UFC Apex, que sedia o evento. O paraibano vê o lado positivo da sequência, após passar dois anos afastado devido a uma suspensão por doping (que ele mantém que não cometeu). Em 2021, foram três vitórias, e ele espera seguir nessa toada em 2022.
– Foi melhor do que o planejado. Mas foi um ano muito importante. Estava conversando com meu empresário que foi importante que eu não descansei. Lutei em junho, aí já lutei em outubro, com 24 horas já ofereceram o Jordan, quando nocauteei o Jordan já veio o Poatan com três dias depois. Quando fechou de uma pra outra, eu me irritei, “Po, não me deixou nem descansar!” Mas conversando friamente, depois que passou, ele falou, “A gente precisava fazer com que o mundo conhecesse logo você! Dar aquele baque logo”. Poderia dar errado, mas deu certo.
– Quero que 2022 seja do mesmo jeito. Vou lutar agora e independente do resultado, meio de maio no máximo pode mandar o próximo já. Quero fazer dinheiro, quero fazer luta, quero que o mundo conheça meu nome mais. Quero que minha pequenininha vá crescendo e honre o sobrenome Blindado e espalhe minha história – concluiu Blindado.
O Combate transmite ao vivo e com exclusividade o UFC Marreta x Ankalaev neste sábado a partir de 17h45 (horário de Brasília). O SporTV 3 e o Combate.com exibem o “Aquecimento Combate” e as duas primeiras lutas ao vivo; o site acompanha o evento inteiro em Tempo Real.
UFC Marreta x Ankalaev
12 de março de 2022, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL (21h, horário de Brasília):
Peso-médio: Alex Poatan x Bruno Blindado
COM INFORMAÇÕES DO COMBATE
