Agentes Comunitários de Saúde exonerados em Cajazeiras dizem ter sido descartados pela gestão

Recentemente repercutiu em Cajazeiras um áudio compartilhado em grupos de WhatsApp de uma reunião em que servidores da prefeitura são avisados que estão sendo demitidos, mesmo sem terem recebido ainda o mês de abril.

Os agentes comunitários de saúde procuraram o Diário do Sertão para falar sobre o momento que estão enfrentando após a exoneração. Daniela Dantas, Flávio Silva, Ítalo Sá e Heluze Karine lamentam a situação e afirmam que foram ‘descartados’ pela atual gestão.

“Eu estou triste com a situação, não só por mim, mas pelos colegas e também pela sociedade que vai ficar descoberta sem ter agente de saúde e, infelizmente, a prefeitura não pensou nisso. Eu me sinto descartada. Foi uma coisa que pegou a gente de surpresa, não estava esperando ser demitida”,  disse Heluze.

Com cerca de dois anos visitando as famílias, os agentes comunitários de saúde contam que já havia sido criado um vínculo com as comunidades e a demissão repentina não possibilitou sequer avisar à população que eles não iriam mais atuar nas áreas.

“A gente recebeu a ligação de meio-dia. Era uma reunião de urgência que era para comunicar que todo mundo foi exonerado do cargo e demitido. De uma hora para outra. De surpresa. Ainda estava com exame para entregar, cartão do SUS. Eu fui deixar na unidade para comunidade ir buscar. Trabalhamos sem receber”,  falou Flávio.

Entre as áreas que eram cobertas pelos agentes estão os bairros São José e Colorado, o Centro da cidade e o Assentamento Frei Beda. Daniela Dantas era responsável pela comunidade rural e diz se sentir magoada.

“A minha área é uma zona rural, é muito problema, como todo mundo sabe, até mesmo de acesso. Eu entrei em 2020, encontrei uma área descoberta, abandonada, eu consegui um posto âncora para ter atendimento médico lá no setor. A comunidade está revoltada, disse que vai fazer abaixo-assinado e vão na Secretaria, vão ligar para as rádios. Quando uma gestão é mal organizada, é isso que acontece, a comunidade é prejudicada”, ressaltou a agente.

Ítalo Sá estava de atestado após ser submetido a uma cirurgia, e dois dias depois que saiu do hospital foi demitido. Responsável pelo Colorado, ele disse que é uma área grande, distante e nenhum dos efetivos quer pegá-la.

“Esperava ele ter respeito pelos contratados, que era de costume a gente já esperar e ir organizando as contas, todo final do ano ter a demissão, mas essa ai foi de surpresa. A gente tem conta, tem casa, tem aluguel para pagar e a gente contava com esse salário”, afirmou Ítalo.

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