Vexame diplomático

 Ao ser recebido em Brasília pelo presidente Lula com honras de chefe de estado durante a cúpula de líderes sul-americanos, o sanguinário ditador Venezuelano Nicolas Maduro, causou ao Governo e ao parlamento brasileiro um dos maiores vexames da história da diplomacia brasileira.

Conhecida e respeitada pelo seu pragmatismo ao se posicionar nos grandes conflitos ao redor do mundo, Lula renegou nosso legado diplomático, ao saudar o caudilho venezuelano fazendo uma contundente defesa do autocrata Venezuelano afirmando em seu malfadado discurso oficial que a agonizante Venezuela era alvo de falsas narrativas que denunciavam a falta de democracia naquele país caribenho, além de cobrar desculpas dos adversários pelos estragos que fizeram na Venezuela.

Um despropósito sem tamanho que até o seu aliado de esquerda, o presidente Chileno, Gabriel Boric, refutou a desastrada fala de Lula: “Não é uma construção narrativa é uma realidade”. Engrossando o coro de revolta e indignação o mandatário Uruguaio, o centro-direitista Luis Lacalle Pou acunhou: “é negar a realidade, querer tapar o sol com a mão”, acusando Lula de não reconhecer e nem aceitar a dramática realidade no país caribenho que afronta a democracia, desrespeita os direitos humanos e encarcera opositores políticos.

Acusado pelos seus opositores de usar o Judiciário e as Forças Armadas para violar diretos humanos promovendo com execuções extrajudiciais, prisões ilegais, deportação, tortura, Maduro, foi denunciado pelo Tribunal Penal Internacional e pela Anistia Internacional por crimes contra a humanidade. Hoje a Venezuela figura nas últimas posições das organizações mundiais que a classifica por meio de um ranking como um dos países menos democráticos do mundo.     

Alçado ao poder em 2013 com a morte de seu criador, Hugo Chaves, Maduro se tornou ditador desde agosto de 2017 com o golpe da criação de uma Assembleia Constituinte para fazer frente a um Legislativo de folgada maioria oposicionista. Era o início da escalada de um dos maiores e cruéis ditadores dos países sul-americanos.

A crise politica gerada pela implantação da ditadura Chaves-Maduro desintegrou e destroçou a economia venezuelana, dizimando a cadeia produtiva do país que resultou numa inflação anual que ultrapassou 300% em 2022, desemprego nas alturas, desabastecimento, fome, miséria e violência que levaram a um dos países mais ricos e prósperos das Américas a maior crise humanitária de toda a sua história que degenerou o tecido social venezuelano obrigando a mais de 6 milhões de pessoas abandonarem o país ocasionando um das maiores crises migratórias do mundo.

Óbvio e natural que o Lula como presidente anfitrião da cúpula dos presidentes dos países sul-americanos tem o dever de acolher Maduro dentro dos protocolos diplomáticos, agora, dispensar um tratamento diferenciado ao déspota caribenho que foi do enaltecimento a bajulação, apequena e enxovalha a diplomacia brasileira.

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