O Novo PAC: a Paraíba na rabeira

Chamou atenção um contundente comentário do influente jornalista da capital, Gutemberg Cardoso, nas redes sociais denunciando a forma discriminatória na distribuição das verbas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que jogou a Paraíba na última posição no rateio desses recursos. Com um perfil de ferrenho esquerdista e de posições claras quando o assunto é de cunho ideológico, Cardoso num raro lampejo de lucidez, atacou o seu líder maior, o presidente Lula, o acusando duramente pela a merreca que a Paraíba vai receber em investimentos nesse programa.

Com essa sua surpreendente nova postura, estaria Gutemberg Cardoso inaugurando uma nova fase do jornalismo paraibano?  Na era de polarização politica extrema, que também contaminou a imprensa brasileira, o corajoso posicionamento de Cardoso joga luz no debate sobre o “Jornalismo militante” no Brasil e dá exemplo a seus colegas de espectro politico contrario que se desenvencilhando de idolatria politica exacerbada se pode praticar o bom jornalismo.

O inconformismo de Cardoso faz todo sentido, afinal, não ficaram claros quais foram os critérios adotados que levaram a Paraíba a figurar na lanterna desse ranking com apenas 36,8 bilhões recebidos entre os nove estados da região nordeste enquanto o nosso vizinho Pernambuco abocanhou 92 bilhões. Somente da fonte de recursos do Banco do Nordeste via Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE) a Bahia, Pernambuco e o Ceará vão amealhar 56% desse fundo ficando apenas míseros 16% para Alagoas, Sergipe e a nossa Paraíba.

Com a previsão de investimentos na ordem de 1,7 trilhões nos próximos quatro anos o novo programa do governo Federal prevê obras em todos estados do país com recursos oriundos da iniciativa privada, R$ 612 bilhões, da Petrobras, R$ 700 bilhões e R$ 362 bilhões restantes por meio de empréstimos. O Novo PAC será lastreado em parcerias com empresas privadas, estados, municípios e movimentos sociais e será destinado a novos projetos estruturantes nas áreas de infraestrutura, moradia, saúde, educação e obras já em andamento e à retomada de obras inacabadas.

Ooops! Obras inacabadas? Sim, exatamente isso. Vale relembrar aqui, o caso das 10.666 obras do primeiro Programa de Aceleração do Crescimento, a menina dos olhos dos governos Lula1e2/Dilma, que deixou quase cinco mil dessas obras abandonadas pelo caminho. Entre elas a Transposição do São Francisco, O Comperj e a Refinaria Abreu e Lima.  Essa incompetência e desleixo do governo do PT deixou para trás um rastro de corrupção e uma conta de R$ 135 bilhões em obras não concluídas. Pasmem! Ainda existem obras para a Copa do Mundo de 2014 para serem concluídas, um descalabro nacional sem precedentes.

O anúncio desses quase 2 trilhões pode não oferecer a garantia real de render dividendos políticos para o governo, pode sim, produzir efeitos políticos catastróficos caso as obras não saiam do papel ou seja comprovada a má aplicação do dinheiro público. Será que dessa vez o governo do PT vai repetir a dose?

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