Éramos Seis

Li notícia de que o clássico romance de Maria José Dupré, Éramos Seis, será adaptado para novela pela TV Globo. Será exibida em outubro. O SBT de Sílvio Santos já havia feito há muitos e muitos anos. Essa será a quinta versão televisiva. Foi publicado em 1943 e em 1945 já havia sido transposto para o teatro. Era o segundo o romance da autora. E também foi ambientado para o cinema.

Lembro-me que vi boa parte dessa novela/SBT quando eu morava ainda em Taguatinga, cidade satélite de Brasília. Digo ‘boa parte’ porque nunca fui um bom espectador de telenovelas. Não tenho paciência para acompanhar diariamente. Perdi, e continuo perdendo, muita coisa boa, é verdade.

Confesso que gostei da dramaturgia do SBT. Gosto muito da cenografia de adaptações de romances literários. Por isso admiro – mesmo vendo escassamente – as novelas adaptadas do horário das seis da Tv Globo. 

Como eu já havia lido o livro de Dupré talvez tenha gostado mais ainda da novela. Foi um livro que me marcou pelo fato de ter lido num dia só. Comecei pela manhã cedinho e no início da noite havia terminado. 

Era eu leitor iniciante, morava em Cajazeiras-PB, minha cidade de nascimento. Passei o dia no alpendre de casa sentado numa cadeira de balanço ou deitado de bruços no chão, ou na cama. No final do dia fiquei empolgado porque atravessei as duzentas e cinquenta e pouco páginas. Me senti um leitor fera.

Também pudera, não havia internet e nem éramos apreciadores de tv. O bom mesmo era gandaiar pelas ruas com os amigos. Tínhamos um circuito cultural: Praça João Pessoa, os três cinemas – Pax, Apollo XI e Éden -, a Biblioteca Castro Pinto e o centro acadêmico da Faculdade de Filosofia e Letras de Cajazeiras para ouvir Beatles, jogar ping-pong e se deliciar com a leitura do Pasquim. 

Nunca mais lembro de ter lido um romance de uma tacada só, em um dia. Livros de poesias, sim. Li praticamente todos os de Drummond e outros. 

Nem sei mais onde consegui o livro de Dupré para ler. 

Dona Lola. Ah, dona Lola, a personagem principal do livro, é a típica mãe que tem os filhos, o marido, o papagaio, o gato… debaixo de suas asas, e que tudo gira em seu redor e todo mundo adora essa proteção materna. Dona Lola é a dona Bia, minha mãe, é a sua mãe. É a mãe de qualquer um. 

Se o horário dessa adaptação da Globo se encaixar em meu cotidiano, com certeza verei.

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