Nos primórdios de minha vida de estudante de Medicina, nas visitas de fins de semana a casa de meu pai, eu conheci um homem, deste que escrevemos com H maiúsculo e pedi de forma humilde para freqüentar o seu hospital.
Isto há 52 anos, e ele com sua fidalguia disse: Ele está aberto para que possa conhecer a dinâmica da instituição e aprender com os colegas algo mais da medicina. Após esta aceitação passei exatamente seis anos tentando aprender um p>ouco dos conhecimentos básicos como estudante.
Nesta convivência falei das minhas pretensões, e como sempre mais uma vez colocou a entidade a disposição após a residência em Neurocirurgia. Em 18 de janeiro de 1976 passei a fazer parte do seu corpo médico, onde permaneço até hoje.
Foram quarenta e três anos, onde consegui com a sabedoria e dignidade de Dr. Targino aprender a arte de servir, de compreender que os caminhos das dores correm pelos corredores do Hospital, mas cabia a todos nós uma maneira de aliviar.
Aprendi a plantar sementes e colher o melhor fruto da Medicina que era a arte de escutar mais que falar e buscar consolar se tornando reflexo de Deus na mente dos que sofrem. Continua sendo um homem bom e debulhando os seus conselhos diários para os que chegam e mantendo o mesmo carinho para os que estão ao seu lado, quantas vezes recebi conselhos para que seguisse pela estrada da verdade e com isso seus sonhos foram concretizando de forma paulatina.
É meu amigo, e templo, onde deposito de forma diária minhas orações, para que Deus na sua infinita bondade seja a mão abençoada nos seus passos lentos, mas firmes, apesar dos seus 86 anos de dignidade respeito e historias impregnada na estrada que serão exemplos para os que dela fazem ou irão fazer parte.
Obrigado por tudo, e que a vela da vida se mantenha acesa para que possamos enxergar que a verdade sempre foi um dom em seus gestos. Do amigo, compadre e admirador.