A vida passa

A vida passa como passa o tempo, como passa o vento, como passa a hora, e os belos momentos que embelezaram o que de bom realizamos.

A vida passa como passa a aprendizagem, os primeiros passos os grandes amores, a educação, o respeito, o plantar da roça e o colher das flores.

A vida passa como passa a memória que esquece a bondade, que destrui a lealdade, quando muitos se tornam ingratos e persistem em não ligar a vida passar.

A vida passa como passa a beleza que se estraga com o tempo, e muitos insistem em retorno para conservar a vaidade, pensar em ser sempre o que o tempo esqueceu-se de lembrar.

A vida passa como passa o dia, e chega à noite onde a escuridão não enxerga o dono, faz da saudade o mal dos insones, que perambulam pela rua para encontrar o que nada encontra.

A vida passa como em velocidade alegre ou tristonha, que muitos não chegam a realizar sonhos, ou sair de portas de pesadelos, pois o senhor de cada conta é incapaz de lhe mostrar a vida.

A vida passa como passa o inverno e primavera, na certeza que cada dia por mais longo que nos seja mostre a solidão profunda de quem quer o que quer e não encontra.

A vida passa como que um aperto de mão, que pela sua rapidez somos incapazes de traduzir o que significa, mesmo sabendo que por trás de um sorriso aberto se esconde a fechadura da traição.

A vida passa indiferente as nossas construções, que tentamos fazer para parar o tempo, mesmo por esforço que fazemos, no abrir dos olhos vamos descendo a escada, e curvando a imposição da natureza.

A vida passa e muitas das vezes pela sua própria experiência, nos mostra que por não ser o que deveríamos ser, passamos por caminhos espessos e nos perdemos na ganância da nossa vaidade.

A vida passa como passa o vento dando sempre a impressão de seguir adiante com a finalidade de encontrar uma guarida de paz para poder parar.

A vida passa e nós nos encontramos a cada momento a procurar respostas que não recebemos; buscar se tornar resistente as deformidades que o tempo nos impõe, desmitificando a face por substância que não rejuvenesce o espírito.

De que adianta apresentar uma face de uma jovialidade sem igual e ter que se locomover com auxilio de bengalas, de que adianta tentar ser o que a folhinha não mostra e querer ser o que o corpo não pode.

A vida passa de forma cronometrada, mas passa, e na medida do tempo leva também as nossas dores, os nossos sonhos e amores, e radicalmente no fim da linha apenas um punhado de terra, um ramalhete de flores, um triste jaz e nada mais.

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