A marcha contra as drogas

Houve domingo novamente a; sei lá que número, A Marcha Contra as Drogas em Cajazeiras, e na sexta-feira uma Sessão Solene sobre o tema na nossa Câmara Municipal. Eventos louváveis e bastante bem organizados, e como já escrevi sobre o assunto, fico achando repetitivo de chato abordar este assunto de outra vez, mas fica a eterna questão do homem que pregava sozinho na Praça: Se eu parar, eles terão vencido.

Logo na segunda feira, na frente do Supermercado Pereira, na Av. Carlos Pires de Sá, haviam quatro supostos usuários pedindo, alegando outros motivos, uma contribuição para satisfazer o vício, mais na frente, na mesma Avenida, no Supermercado. Brasil, mais três, de volta à minha praça, mais dois. No outro dia, a notícia de que estavam usando o prédio (meio abandonado – naturalmente sem autorização) da ACI Associação Cajazeirense de Imprensa, para o comércio dessas substâncias ilícitas; e se vê alguns outros prédios abandonados do Centro da cidade, em situação semelhante, e por aí vai…

Contra fatos não há argumentos: apesar dessas manifestações, o problema do consumo de drogas na nossa cidade está em expansão, ou seja: O efeito esperado pelos promoventes desses eventos, termina sendo o oposto daquele que deveriam acontecer.

Então infelizmente me vem à lembrança um fato que ocorreu há mais de trinta anos: Eu e meu amigo de infância e até hoje, Dr. Sabino Filho, estávamos a tentar consertar uma moto na década de setenta, e na nossa praça apareceu a TFP – Tradição Família e Propriedade, nos convocando para em nome de Nossa Senhora, nos engajarmos na luta contra o Comunismo, o bicho-papão da época: hoje ninguém se lembra, mas era um terror bastante presente, para nós e nossos pais (alguns até a favor do Comunismo). Eu, depois da primeira explanação do membro da TFP, argumentei: você não tem receio de provocar a curiosidade, o povo daqui não sabe nem o que é isto, e com esse aparato, eles não vão querer saber o que é, não acha?? Nem me lembro da resposta, mas o sujeito ficou com muita raiva, e se foram, e nem por isso o Comunismo chegou nem foi embora. O aparato impressionante para a época, veja bem, tinha até carro de som (uma Kombi com uns alto-falantes) que na década de 70, era algo impressionante.

Mas voltemos ao assunto, pode ser, que depois de terminados esses eventos, fique nos manifestantes a sensação de dever cumprido, e aí vem o perigo: Se deixa para o governo, tratar do problema, e para a polícia prender os traficantes. Só isso, repito, nunca vai resolver, como não está resolvendo o gravíssimo problema que cada vez mais se entranha e se agrava, uma amiga que convive com esse problema, já comentou que seu filho já é usuário, e por aí vai.

O principal problema é social: Essas mesma pessoas que participam desses evento (inclusive o locutor que vos fala), para se verem livres, entregam alguma moeda aos pedintes: Me lembra Lênin, voltando ao comunismo, “não peçam esmolas, peçam a Revolução”, a gente devia tratar, com a seriedade que merece esse caso, e não apenas participar de eventos,o combate à dependência química é muito grave para se deixar para o governo resolver, tem que haver um enfrentamento muito mais sério, começando por nós…

O problema é que nem eu mesmo tenho uma solução imediata, e nem sei quem a tem, agora que todos nós temos que tentar, ver, e principalmente se juntar e fazer algo, isso é premente, em suma, sermos méis conseqüentes.

Tentei fazer minha parte… Resolveu? NÃO.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicações relacionadas
CLIQUE E LEIA

Léguas e léguas

Conheço Vovô Zé Pêdo apenas por fotos. José Pedro da Costa habita a minha cabeça como uma lenda.…
CLIQUE E LEIA

Chega a vírgula

Chega aqui a bendita vírgula, enfeitando minhas ideias, assanhando meus cabelos, dizendo poucas e boas à sabida professora…
CLIQUE E LEIA

O museu

Enquanto as discussões acaloradas correm soltas pelas redes sociais, e também por colunistas e leitores de jornais sobre…
Total
0
Share