A falsa campanha de combate à corrupção

Seria muito bom se fosse verdadeira e bem intencionada essa campanha de combate à corrupção que muitos no Brasil proclamam. Tudo não passa de uma bem orquestrada estratégia objetivando  intervir no jogo político. A luta anticorrupção não pode ser seletiva. Não pode ter bandeira partidária, nem ser  pautada por simpatias ou antipatias no quadro político. A justiça nas sanções a serem aplicadas contra os corruptos e corruptores tem que ser isenta, imparcial, equânime.

Como acreditar nos propósitos de honestidade ao vermos  operadores do direito praticando uma justiça de conveniências, desprezando princípios elementares da legalidade, muito mais preocupados em atender interesses dos poderosos e se tornarem assim celebridades merecedoras de homenagens, inclusive, de agentes da corrupção? Como confiar num combate à corrupção se o tratamento de investigação e julgamento é feito de forma desigual, na conformidade da posição política do acusado? Como dar credibilidade a uma justiça que encarcera pessoas sem culpa comprovada e diminui cem anos da pena de réus confessos? O que dizer dos  falsos moralistas, que vestem a camisa verde-amarela da CBF e são reconhecidamente sonegadores de impostos, beneficiários de privilégios imorais bancados pelos cofres públicos, praticantes do corporativismo em favor das suas regalias? Como será que o “classe média” que se imaginava rico, está analisando a realidade que se vê enfrentando?

A corrupção acabou? É a pergunta que não quer calar. Porque não há mais aquelas ruidosas manifestações de indignação nas ruas? O que aconteceu para que, de repente,  esses ativistas políticos que tanto questionavam comportamentos considerados danosos à boa gestão pública silenciarem ? Será que consideram que a faxina geral já foi feita? Os corruptos já estão na cadeia? Eles sabem que não. As motivações da campanha sempre foram  outras. O pior é que estão pagando um preço alto por terem sido enganados pelo “canto da sereia”. Mas não dão o braço a torcer, mostrando-se um pouco envergonhados, é verdade, mas sem admitirem que foram usados como “massa de manobra”.

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