Mestre Deuzimar luta para reviver o centenário Reisado de Congo de Cajazeiras

A cultura popular brasileira é rica em tradições que se perpetuam através das gerações, contando histórias e costumes de um povo. Em Cajazeiras, no Alto Sertão paraibano, uma dessas tradições que corre risco de desaparecer é o Reisado de Congo, uma brincadeira popular centenária que o Mestre Deuzimar tenta resgatar com afinco e paixão.

O Reisado de Congo chegou a Cajazeiras pelas mãos do bisavô de Deuzimar, vindo de Pernambuco. Desde então, a tradição foi passada de pai para filho, mantendo viva a chama dessa rica manifestação cultural. Deuzimar, desde pequeno, acompanhava o pai nas apresentações, absorvendo a musicalidade, os passos e a alegria contagiante do Reisado.

O Reisado de Congo de Cajazeiras já teve seus dias de glória. O grupo liderado pelo pai de Deuzimar se apresentava em diversos bairros da cidade, na zona rural e até na capital João Pessoa. Mas, com o passar dos anos, os antigos mestres foram falecendo e a tradição começou a se perder.

Deuzimar não se entregou à tristeza de ver o Reisado de Congo desaparecer. Ele luta com garra para resgatar essa tradição tão importante para sua história e para a cultura de Cajazeiras. No entanto, a caminhada não é fácil. A falta de apoio e reconhecimento dificultam a divulgação e a perpetuação da brincadeira.

À Casa Cultural Tânia Pereira das Neves: um refúgio para a tradição

Em meio às dificuldades, Deuzimar encontrou na À Casa Cultural Tânia Pereira das Neves um espaço para manter viva a chama do Reisado de Congo. Com o apoio dos coordenadores Carrazera da Silva e Karolaine Silva, ele ministra oficinas para crianças do bairro São José, ensinando-lhes os cantos, os passos e a importância dessa tradição cultural.

Apesar dos desafios, Carrazera da Silva acredita que o Reisado de Congo de Cajazeiras tem um futuro promissor. Ele reconhece o valor cultural da brincadeira e o empenho de Deuzimar em preservá-la. As oficinas na À Casa Cultural são um passo importante para garantir que essa tradição seja passada para as novas gerações.

“A história de Mestre Deuzimar e do Reisado de Congo de Cajazeiras é um chamado à ação. É um convite para que todos nós nos unamos na luta pela preservação da nossa cultura popular. Podemos apoiar iniciativas como as oficinas do Mestre Deuzimar, valorizar as tradições locais e incentivar o ensino da cultura popular nas escolas”, disse.

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