Inferno astral

Imerso num verdadeiro inferno astral depois de uma série de derrotas no Congresso Nacional com derrubada de vetos presidenciais, e fogo amigo na própria base, o governo Lula 3 fecha a primeira quinzena deste mês junho sofrendo duros reveses que denotam que o barco governista além de sem rumo está fazendo agua.

O primeiro foi a vexatória anulação do Leilão de arroz importado, seguida pela devolução da esdruxula MP compensatória pela prorrogação da desoneração da folha de pagamento e para fechar a semana, o Indiciamento pela Polícia Federal do Ministro das Comunicações Juscelino Filho por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e organização criminosa na Codevasf.

Com o frágil argumento de impedir o desabastecimento e a especulações de preços do arroz causado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o Governo Federal realizou um leilão, na quinta-feira (6) onde arrematou 263 mil toneladas de arroz importado por 1,3 bilhão com a promessa populista de oferecer o produto a preços abaixo de mercado nas prateleiras dos supermercados. Algo deu errado. Estranhamente a maior vencedora deste pregão foi uma simples loja de queijos de Macapá (AP), sem qualquer vinculação com o mercado de cereais, que tinha um capital social de apenas R$ 80 mil poucos meses antes do leilão.

Nesta quarta-feira (12), o Ministro da Agricultura Carlos Favaro convocou a imprensa para anunciar a anulação do leilão. Visivelmente contrariado, Favaro depois de fortes denúncias da imprensa e nas redes sociais levantando suspeitas de fraudes na condução do leilão envolvendo as empresas participantes e servidores públicos elegeu como bode expiatório deste processo o Secretário de Política Agrícola daquele ministério, Neri Geller que foi demitido do cargo sumariamente sob a acusação de ter um ex-assessor e um filho, sócios numa corretora representante de umas das empresas vencedoras do leilão. Geller que já foi ministro da agricultura e estratégico apoiador de Lula dentro do agronegócio  nas eleições de 2022 saiu atirando, dizendo que é inocente e que  essa importação foi um grande erro politico gestado na Casa Civil do Governo.      

De fato, o leilão do arroz importado foi mesmo um grande erro politico que se tornou  numa lambança. Lula foi avisado por representantes do setor da não necessidade deste leilão, pois, o país não corria o risco de desabastecimento considerando 80% da atual safra já tinha sido colhida. Não adiantou, a sanha populista de faturar politicamente gerou uma forte reação do setor produtivo e da oposição que já ameaça com a instalação da “CPI do Arroz” e vai parar numa investigação da Polícia Federal para investigar essas irregularidades.

O indiciamento do ministro Juscelino Filho pela Polícia Federal, sim, aquele mesmo flagrado usando um jatinho da FAB para participar de leilão de cavalos de raça em São Paulo deu o arremate final dando contornos reais ao temor, que hoje se torna realidade, à volta às manchetes dos jornais as falcatruas e escândalos que permearam os governos do PT do passado. A história se repete.

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