Galdino Vilante (2)

Galdino Vilante chegou a trabalhar como arrumador de linotipia junto à Livraria Rio do Peixe, de Horácio Alves Cavalcanti, para onde foi levado pela irmã Gessy, que “gerenciava” o estabelecimento. Um entrevero com a irmã Gessy, originado de problemas domésticos, fez Galdino se afastar da livraria, quando passou a “estudar rádio”, acumulando os estudos por correspondência com atividades laborativas no Cine Éden, onde cuidava da exibição dos filmes, fazia manutenção das máquinas e ainda desenhava os cartazes diários dos filmes a serem exibidos e que eram colocados em locais estratégicos, Av. Presidente João Pessoa, por exemplo.

Daí, foi um pulo para estabelecer-se como assistente técnico de Carlos Paulino, na época, representante comercial da firma Carvalho Dutra que, somente tempos depois, passou a ser uma firma autônoma, nas mãos de Mozart, Jessé e, por um certo tempo, do irmão destes o médico Francisco (Dr. Fassis). Daí, foi indicado para fazer um estágio no Recife, de onde voltou “quase doutor” em radiofonia: instalações e transmissões, dedicando-se aos trabalhos da difusora “A Voz do Sertão” (ainda hoje instalada na Av. Camilo de Holanda), onde contava com a amizade e a parceria de Zé Adegildes e de Brigadeiro.

Por essa época, com os conhecimentos adquiridos, instalou a sua oficina na Rua Tenente Sabino (hoje, Calçadão), em prédio que lhe foi alugado pelo Dr. Zuca Peba, ali bem próximo da Sorveteria e Hotel Oriente, e defronte da famosa barbearia de Zezé (aquele que pregava à parede os famosos nudes de O Cruzeiro, para provocar o alumbramento dos clientes) e do Cartório de Zé Coelho. Noutros tempos, ali também funcionavam os consultórios médicos dos Drs. Otacílio, Deodato e do cirurgião dentista Dr. Domingos Sobreira, o Dr. Dingo.

Voltando a Galdino Vilante, este se tornou “o cara”, quando da instalação das emissoras Difusora Rádio Cajazeiras e Rádio Alto Piranhas, sob a supervisão técnica do Dr. Saboya, engenheiro eletrônico, fixado em Olinda/Recife e que, ocasionalmente, vinha a Cajazeiras.

Galdino trabalhou, ativamente, até os anos de 1973/1974 quando, devido ao diabetes, sofreu um processo de cegueira que o fez suspender as atividades, limitando-se a passar informações aos que o sucederam.

E destes, eu me lembro bem, convivi com os “artistas” da radiofonia, ambos que, tempos depois, vieram mostrar os seus serviços especializados e passando a pontificar na Capital. Estou lhes falando de José Rolim, o Zezinho Cajazeiras, e de Paulo Roberto, o Jiquiri (este, in memoriam) que por suas sabedorias ditavam normas nos ambientes radiofônicos da Capital.

Galdino Vilante faleceu em 5 de janeiro de 1982, em sua residência, que era localizada na Av. João Pessoa, vizinha ao antigo SESC, em Cajazeiras.

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