A Saga dos Lopes – Espedito Lopes

Dentre outros membros ilustres da família Lopes, concentro-me agora numa figura de proa, que marcou época em Cajazeiras: Espedito Lopes.

Filho de Ananias Pereira Saturnino e de Elisa Lopes de Souza, esta era irmã de Trajano Lopes. Os ancestrais eram oriundos do Riacho de Boa Vista, município de São José de Piranhas, onde Espedito nasceu em 14 de abril de 1926, já, portanto ultrapassando a casa dos 90 anos, mas vivendo bem e com vida saudável, residindo bem próximo (rua paralela) na Av. José Américo de Almeida, a conhecida Beira-Rio, ao lado de sua esposa Iracema de Souza Lopes, irmã do nosso estimado amigo Dr. Abdiel.

Antes de falar sobre Espedito, rememoro a amizade que mantive com seus irmãos: Valdecy Lopes de Souza, exímio craque de futebol, conhecido como Birunga, ou Pato, que fez parte da famosa equipe do Atlético Cajazeirense de Desportos, além de ter sido eficiente funcionário do Cartório de Zé Coelho, atividade esta a que se dedicou, quando se transferiu para Fortaleza-CE; Francisco de Assis, motorista e caminhoneiro, que viajou por esse Brasil afora, em companhia do meu irmão Chico Soares; Amélia Lopes de Souza, viúva de Dedé, conhecido como Miguel Rico, que se dedicou à construção civil, tendo trabalhado com o meu pai, Mestre Zé Soares, de saudosa e imorredoura lembrança; Terezinha e Maria do Socorro Lopes de Souza.

Junto com o primo Nílson Lopes, Espedito foi um jogador pioneiro, na formação do antigo Tabajaras, quando, ainda, o nosso futebol era considerado amador, creio que, exatamente, porque se jogava por gosto e “por amor”. Espedito foi levado a treinar no referido time, levado por Carlito. (Lembram-se de Carlito? Apesar de amigo do, na época, gerente do Banco do Brasil  Heraldo Costa, que “acumulava” a função de presidente do rival futebolístico Atlético, levou Espedito para a equipe antagonista.).

Tempos bons e saudosos de Barrozo, Casimiro, Botijinha, Orlando, Pompeu, Correia, Chico Correia, Zé Tavares, Toinho do Galo… Espedito começou a “bater bola” no local onde morava, no antigo bairro das Capoeiras, exatamente onde hoje se localiza o Perpetão.

Ainda garoto – num tempo em que criança trabalhar não era crime –,  sem deixar os estudos, iniciou-se no comércio, levado às “feiras livres” pelas mãos dos tios Trajano e Osmídio (este, esposo da saudosa Nazareth Lopes e pai do nosso confrade Reudesman), indo, na passagem dos anos 1946/1947, a trabalhar no armazém de Trajano, sob as ordens do gerente João Bernardo.

Em 1952, casou-se com Alice, sendo convidado por Leitão para trabalhar nas tradicionais Casas Pernambucanas, onde ficou até 1969. Pelas mãos do amigo Joaquim Gonçalves, transferiu-se para a Capital, passando a trabalhar nas conhecidas Casas José Araújo, aquelas do “quem manda é o freguês”. Com a criação das Casas Pernambucanas (Av. B. Rohan), em João Pessoa, já aposentado, voltou a trabalhar ali, onde permaneceu até 1988.

Hoje, Espedito desfruta de uma boa e saudável vida, ao lado da esposa Alice, convivendo com os filhos, agregados ou visitantes: Marilene (Recife), Marineide (professora em Cajazeiras), Marcelo e Rogério e Marcone (este último, in memoriam). Em conversa com Espedito e esposa, este colunista se deliciou com as estórias contadas por esse casal amigo, que nos transpôs aos dias idos e vividos na saudosa Cajazeiras dos anos 40/50.

Na fotografia, Espedito, fazendo ala com Barrozo e Botijinha, trio que embalava nossas tardes domingueiras.

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