Boqueirão de Piranhas completa 80 anos agonizando

A barragem Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas) completa 80 anos de sua inauguração agonizando, praticamente seco, com apenas 5,4% de sua capacidade, com sérios danos na psicultura, produção agrícola e até no abastecimento d’água de Cajazeiras. A inauguração aconteceu no dia 19 de novembro de 1936, com a presença do governador Argemiro de Figueiredo e do jornalista Assis Chateaubriand.  Com capacidade para acumular 255 milhões de metros cúbicos de água, está com apenas pouco mais de 13 milhões. O açude que vai receber as águas do Rio São Francisco continua abandonado pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), com as comportas enferrujadas, assoreado e com a parede precisando de manutenção.  Em 2013, o próprio DNOCS anunciou a existência de uma verba para fazer essa recuperação, o que até o momento não aconteceu.  O orçamento para execução das obras e a aquisição de equipamentos apresentado pelos estudos contratados para a recuperação da barragem somavam R$ 21,2 milhões que seriam repassados pelo DNOCS. A recuperação incluia as instalações hidroeletrônicas da tomada de água, impermeabilização do talude de montante, aplicação de concreto projetado, ensecadeira auxiliar da tomada de água e outros itens.  Segundo o DNOCS, a barragem Engenheiro Avidos, do Açude Piranhas, está localizado no município de Cajazeiras, estado da Paraíba. Barra o Rio Piranhas, sistema de mesmo nome, sendo a mais importante bacia hidrográfica da região e cobre uma área de 1.124 Km². Tem como finalidades a irrigação de 5.000 hectares de terras a jusante da barragem, o controle das cheias do Rio Piranhas e a psicultura.  Os estudos para a sua constução datam de 1909. Com a seca de 1915, a necessidade para sua construção aumentou. Em 1919, um grupo de mulheres piranhenses fez um veemente apelo a D. Marly Sayão Pessoa, primeira dama do país, para que ela convencesse o presidente Epitácio Pessoa a executar a obra.  De acordo com o DNOCS, os trabalhos foram iniciados em 1921, pela firma Dwight P. Robinson & Co. A obra foi paralisada em 1925 e reiniciada em 20 de junho de 1932. Com o afastamento da chefia do engenheiro Lauro de Melo Andrade, por motivo de saúde, assumiu o engenheiro Moacir Avidos, que faleceu no mesmo ano, vitimado pela epidemia de tifo disentérica, que dizimou grande parcela dos moradores e trabalhadores.  A grandiosa obra foi concluída em 30 de setembro de 1936 e inaugurada em 19 de novembro do mesmo ano, sob a responsabilidade do engenheiro Sílvio Aderne, da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS).

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